Xi lembra aos chineses que Mao não era um "deus"

Milhares de pessoas juntaram-se em Shaoshan, cidade natal do líder revolucionário.

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Milhares de “peregrinos”, admiradores do fundador da República Popular da China, participaram numa vigília nocturna frente à casa onde Mao nasceu em Shaoshan, na província de Hunan, enquanto um imponente fogo-de-artifício iluminou o céu.

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Milhares de “peregrinos”, admiradores do fundador da República Popular da China, participaram numa vigília nocturna frente à casa onde Mao nasceu em Shaoshan, na província de Hunan, enquanto um imponente fogo-de-artifício iluminou o céu.

“Mao foi um dirigente excepcional da nação chinesa, ele era perfeito e é alguém com quem podemos aprender muito, nós os jovens”, disse à AFP Jiang Qi, 33 anos, empregado numa empresa de construção

A multidão, onde figuravam pelo menos dois sósias do antigo dirigente chinês, empurrou-se para se inclinar perante uma gigantesca estátua do ídolo revolucionário, gritando aqui e ali vigorosamente “Longa vida ao presidente Mao!”

Uma boa parte dos cerca de 230 milhões de euros gastos pela cidade de Shaoshan para a comemoração foram gastos no fogo-de-artifício, que durou mais de quatro horas, mas também nas quantidades industriais de massa chinesa cozinhada para a ocasião: cada visitante foi recebido com uma tacinha de noodles, prato tradicional nos aniversários na China, já que o comprimento da massa é sinal de longevidade.

Em Pequim, o Presidente Xi Jinping disse que “os dirigentes revolucionários não são deuses, mas sim seres humanos”, segundo a agência oficial Nova China. “Não os podemos venerar como deuses ou recusar que as pessoas possam assinalar os seus erros e corrigi-los precisamente porque esses dirigentes são grandes; mas também não os podemos rejeitar totalmente e apagar os seus feitos históricos por eles terem cometido erros”, continuou o Presidente Xi, mantendo-se na linha oficial do regime segundo a qual as acções de Mao foram “70% certas e 30% erradas”

Xi Jinping visitou o mausoléu de Mao, na praça Tiananmen, em Pequim, para se inclinar três vezes em frente ao corpo embalsamado do antigo dirigente chinês.