E o ramo mais antigo da árvore dos animais é… o das lindíssimas nozes-do-mar

São parecidas com as medusas e também conhecidas como águas-vivas-de-pente devido aos característicos grupos de cílios que utilizam para nadar. A sequenciação do primeiro genoma de uma destas criaturas aquáticas gelatinosas poderá implicar uma reorganização da árvore da evolução animal.

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A noz-do-mar (Mnemiopsis leidyi), nativa das águas costeiras do Atlântico ocidental, pertence ao grupo (o nome técnico é filo) dos ctenóforos ou águas-vivas-de-pente – animais gelatinosos portadores de cílios que são utilizados para nadar. Não é uma medusa propriamente dita, pois as medusas – e também as anémonas, as alforrecas e os corais – pertencem, quanto a eles, ao grupo dos cnidários.

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A noz-do-mar (Mnemiopsis leidyi), nativa das águas costeiras do Atlântico ocidental, pertence ao grupo (o nome técnico é filo) dos ctenóforos ou águas-vivas-de-pente – animais gelatinosos portadores de cílios que são utilizados para nadar. Não é uma medusa propriamente dita, pois as medusas – e também as anémonas, as alforrecas e os corais – pertencem, quanto a eles, ao grupo dos cnidários.

Joseph Ryan, dos Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos, e colegas, compararam os mais de 16 mil genes do recém-sequenciado ADN da noz-do-mar como os genomas das medusas e das esponjas-do-mar. E tiveram várias surpresas, explica a Science.

Por exemplo, descobriram que os ctenóforos e os cnidários, que em tempos foram mesmo considerados como pertencendo a um único grupo, são na realidade ainda mais diferentes do que se pensava.

Com base nos seus resultados genéticos, os cientistas sugerem que o ramo mais baixo a emergir do tronco na árvore da vida animal não é, afinal, o das esponjas, mas o dos ctenóforos como a noz-do-mar. E concluem que talvez seja agora preciso reorganizar a árvore da evolução animal para a tornar mais conforme ao que revelam os genes.

“Os dados genéticos dos ctenóforos são cruciais, porque nos permitem determinar quais eram as características físicas e estruturais que já estavam presentes nos animais mais antigos”, diz em comunicado Andy Baxevanis, que liderou o estudo. “Estes dados também representam uma valiosa janela para determinar a ordem dos acontecimentos que conduziram à incrível diversidade que vemos hoje no reino animal.”