Mar agitado dificulta buscas de dois pescadores de Olhão

Operações continuam em terra.

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Os jovens foram resgatados por uma embarcação de pesca local Rui Farinha

“No mar, ultrapassámos o limiar da capacidade de operar em segurança”, explica o comandante da Capitania do Porto de Faro e representante da Autoridade Marítima do Sul, Malaquias Domingues. Ao início da manhã desta terça-feira, estavam na água dois navios e um salva-vidas, mas as condições do mar obrigaram à retirada dos meios por volta do meio-dia.

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“No mar, ultrapassámos o limiar da capacidade de operar em segurança”, explica o comandante da Capitania do Porto de Faro e representante da Autoridade Marítima do Sul, Malaquias Domingues. Ao início da manhã desta terça-feira, estavam na água dois navios e um salva-vidas, mas as condições do mar obrigaram à retirada dos meios por volta do meio-dia.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera activou o aviso laranja para o distrito de Faro, em vigor entre as 6h e as 14h59 de quarta-feira, devido à previsão de agitação marítima, com ondas de 3 a 3,5 metros. Perante estas condições, o comandante admite que será difícil retomar as buscas no mar na quarta-feira.

“Continuamos seguramente em terra”, afirma. A costa está a ser patrulhada a pé e de mota, entre a ilha da Culatra e Albufeira. Uma aeronave da Força Aérea deverá juntar-se ainda esta terça-feira para apoiar as buscas.

Os dois pescadores, de 58 e 35 anos, vivem em Olhão e foram os familiares que deram o alerta, na segunda-feira, às 17h21. “Não houve qualquer pedido de socorro. Fomos alertados pelos familiares e pela comunidade piscatória, que estranharam a demora no regresso dos pescadores ao porto, que deveria ter acontecido por volta das 14h ou 15h”, afirma o comandante.

Os dois homens foram avistados pela última vez na segunda-feira de manhã, em frente à zona da barrinha, entre a ilha de Faro e a Deserta. Seguiam a bordo de uma embarcação com cerca de seis metros de comprimento, num mar relativamente calmo. “A pesca não estava desaconselhada, o vento estava fraco e a ondulação tinha um metro, só agravou um bocado ao final da tarde”, diz o comandante.

Perante a ausência de pedido de socorro, todos os cenários estão em cima da mesa. É possível que tenha ocorrido um naufrágio, mas a embarcação também pode estar à deriva, com alguma avaria. “Estamos a procurar na área onde o barco normalmente operava”, remata.