PISA 2012: boas notícias e sinais de preocupação

O nosso país é apontado como exemplo de que é possível, simultaneamente e em pouco tempo, recuperar do insucesso escolar e melhorar a qualidade do ensino. O relatório refere como muito positivo o esforço que temos vindo a fazer para superar as nossas desvantagens económicas, sociais e demográficas, salientando que as políticas educativas sobre a organização e funcionamento das escolas, bem como sobre os programas e conteúdos de ensino têm tido impactos positivos na qualidade das aprendizagens.

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O nosso país é apontado como exemplo de que é possível, simultaneamente e em pouco tempo, recuperar do insucesso escolar e melhorar a qualidade do ensino. O relatório refere como muito positivo o esforço que temos vindo a fazer para superar as nossas desvantagens económicas, sociais e demográficas, salientando que as políticas educativas sobre a organização e funcionamento das escolas, bem como sobre os programas e conteúdos de ensino têm tido impactos positivos na qualidade das aprendizagens.

Porém, uma análise pormenorizada dos resultados revela que as melhorias ocorreram sobretudo entre 2003 e 2009. Daí para cá, ou seja, entre 2009 e 2012, os resultados mantêm-se, registando-se uma estagnação, sobretudo em ciências. Podemos e devemos perguntar-nos porquê. O que deixámos de fazer? Ou o que fizemos de errado?

Em primeiro lugar, os programas de ensino da matemática que estavam em vigor foram substituídos por outros, à pressa e contra os pareceres das associações de professores. Segundo, o Governo terminou com todos os programas de apoio à melhoria da qualidade do ensino e das aprendizagens, como o Plano de Ação para a Matemática e os planos de recuperação, entre outros, sem os ter substituído por outros. Há pois más razões para olhar com preocupação para o relatório do PISA 2012.

Maria de Lurdes Rodrigues é presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento e professora de Políticas Públicas no ISCTE-IUL. A autora escreve segundo o Acordo Ortográfico.