Trabalhadores da Moviflor fazem greve e exigem pagamento de salários

Paralisação agendada para domingo. Plano especial de revitalização da empresa de mobiliário prevê despedimento de 325 pessoas.

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Moviflor tem dívidas de mais de 147 milhões de euros Laura Haanpaa/Arquivo

A empresa de mobiliário tem mais de 1400 credores e as dívidas ascendem a 147 milhões de euros, com o fisco e a Segurança Social a encabeçarem a lista. Recorreu ao PER em Maio para recuperar financeiramente e tentar manter os 950 postos de trabalho em Portugal. Contudo, a solução prevista no documento, aprovado com 80% dos votos, passa pela dispensa de mais de três centenas de trabalhadores e o encerramento e substituição de várias lojas.

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A empresa de mobiliário tem mais de 1400 credores e as dívidas ascendem a 147 milhões de euros, com o fisco e a Segurança Social a encabeçarem a lista. Recorreu ao PER em Maio para recuperar financeiramente e tentar manter os 950 postos de trabalho em Portugal. Contudo, a solução prevista no documento, aprovado com 80% dos votos, passa pela dispensa de mais de três centenas de trabalhadores e o encerramento e substituição de várias lojas.

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio e Serviços de Portugal enviou o pré-aviso de greve aos Ministérios da Economia e da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, onde detalha os motivos da paralisação: “Exigir a viabilidade da empresa, exigir a manutenção de todos os postos de trabalho e exigir o pagamento dos salários e subsídios que estão em dívida”.

De acordo com a empresa, o pagamento dos salários em atraso tem um período de carência de seis meses após a homologação do PER. Os trabalhadores começam, nessa altura, a receber os montantes de dívida “em seis prestações iguais e sucessivas”. “Será feito um reforço da estrutura financeira com capitais próprios, amortização do passivo, financiando meios libertos negativos” entre 2013 e 2015, lê-se num comunicado enviado pela Moviflor quando foram conhecidos os detalhes do PER.

Para eliminar “défices de exploração crónica”, serão encerradas ou substituídas lojas, mas o número não foi divulgado pela empresa, fundada há 42 anos, em Lisboa. Os entrepostos logísticos também vão sofrer cortes. Certo é que, na última semana de Novembro, a Moviflor encerrou a loja de Santarém, instalada num retail park, e despediu 14 trabalhadores (seis tinham já o contrato suspenso).

O PER, um dos maiores já aprovados em Portugal, não abrange as operações que a empresa portuguesa tem em Angola e Moçambique.