Encontrados 1500 documentos do período da ditadura militar na Argentina

Entre o lote há transcrições de gravações das reuniões da Junta Militar.

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Imagens dos desaparecidos no julgamento do chefe do Exército do período da Junta, Reynaldo Bignone, em 2010 JUAN MABROMATA/AFP

"Pela primeira vez temos documentação que cobre todo o período da Junta Militar", disse em Buenos Aires, durante uma conferência de imprensa, o ministro da Defesa, Agustin Rossi. "Estão organizados por ordem cronológica e por temas".

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"Pela primeira vez temos documentação que cobre todo o período da Junta Militar", disse em Buenos Aires, durante uma conferência de imprensa, o ministro da Defesa, Agustin Rossi. "Estão organizados por ordem cronológica e por temas".

O ministro disse que esta documentação de extrema importância para a compreensão da ditadura - pelo menos 30 mil pessoas foram assassinadas ou desapareceram durnate os anos da Junta - foi encontrada num edifício abandonado da sede das Forças Armadas.

A expectativa sobre o que este espólio poderá revelar é muito grande. Para já, o ministro da Defesa tornou públicos apenas alguns dados. Entre os documentos há uma lista negra de pessoas da cultura consideradas a banir ou a censurar por serem opositores ao regime - entre eles estão a cantora Mercedes Sosa, o escritor Julio Cortázar, o músico de tango Osvaldo Pugliese e a actriz Norma Aleandro. “Estão classificados de F1 a F4, de acordo com o grau de ameaça social”, disse Rossi.

A Junta Militar chegou ao poder através de um golpe que depôs a Presidente "Isabel" Perón. O General Jorge Rafael Videla - que morreu em 2013 na prisão, onde cumpria uma pena perpétua por crimes contra a humanidade -, passou o cargo em 1981 ao general Roberto Viola. Os outros dois membros da Junta foram o general da Força Aérea Orlando Ramon Agosti e o almirante Emilio Massera.