Sindicatos acham "muito difícil" fechar ainda este mês acordo com BCP para redução salarial

Para o secretário-geral da Febase - Federação Nacional do Sector Financeiro, “as negociações com BCP ainda não começaram”, apenas decorrem conversações que envolvem um processo complexo.

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Nuno Amado, presidente executivo do BCP Nuno Ferreira Santos

“Sim li o que o dr. Nuno Amado disse [na apresentação das contas do terceiro trimestre] mas acho mesmo, mesmo muito difícil que se feche um acordo até final deste mês”, observou ao PÚBLICO Mário Mourão, secretário-geral da Febase-Federação Nacional do Sector Financeiro, notando “que não há sequer negociações, mas apenas conversações”.

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“Sim li o que o dr. Nuno Amado disse [na apresentação das contas do terceiro trimestre] mas acho mesmo, mesmo muito difícil que se feche um acordo até final deste mês”, observou ao PÚBLICO Mário Mourão, secretário-geral da Febase-Federação Nacional do Sector Financeiro, notando “que não há sequer negociações, mas apenas conversações”.

O CEO do BCP disse esta tarde que "as negociações” com os sindicatos “estão a meio” e que “há boa vontade de parte a parte na defesa dos interesses dos trabalhadores e do banco”. Na mesma altura acrescentou que a sua expectativa é que “ainda em Novembro haja uma conclusão, nem que seja de princípios de acordo e do caminho a fazer".

Amado adiantou que “se houver acordo com os sindicatos, será possível salvar entre 400 a 500 postos de trabalho” e “que as reduções salariais” dos colaboradores serão sempre “temporárias” e “vão variar entre 5% e 10%”.

Por seu turno, Mário Mourão explicou que “o processo é muito complexo”: “Antes de começarmos [Febase] a negociar com o BCP vamos ter de reunir com a Comissão de Trabalhadores do grupo para articular posições entre as estruturas internas e os sindicatos, por isso é que acho difícil que o processo esteja concluído ainda este mês”. Só depois, avançou, "haverá, e não é garantido, negociações."

Em Agosto deste ano Mário Mourão já tinha revelado, numa entrevista ao PÚBLICO, o plano de cortes do BCP que podia ir de 0% [em casos extremos] até 10%, nos escalões de vencimento mais altos.