Raptadas

Promovido do Quebeque a Hollywood à conta do sucesso, quase oscarizado, do chatíssimo Incêndios, Denis Villeneuve entra em grande. Valores de produção não faltam, dos actores à equipa técnica, e Raptadas respira profissionalismo por todos os poros. Falta-lhe essa coisa muito simples mas essencial: um pouco de personalidade própria, que eleve o filme acima da factura industrial tão competente quanto anónima, e que seja capaz de tornar a gravitas do filme, feita de fatalismo tristonho, em algo que não pareça artificial e pré-programado (mas é infelizmente nesta pose sisuda e um tanto enfadonha que melhor reconhecemos o Villeneuve do supra-citado Incêndios). Esta América traumatizada do “interior”, silenciosamente violenta, tem sido um tema recorrente em muito cinema “independente”; seria fácil encontrar, só nos últimos três ou quatro anos, uma mão-cheia de declinações mais interessantes desse tema.

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Promovido do Quebeque a Hollywood à conta do sucesso, quase oscarizado, do chatíssimo Incêndios, Denis Villeneuve entra em grande. Valores de produção não faltam, dos actores à equipa técnica, e Raptadas respira profissionalismo por todos os poros. Falta-lhe essa coisa muito simples mas essencial: um pouco de personalidade própria, que eleve o filme acima da factura industrial tão competente quanto anónima, e que seja capaz de tornar a gravitas do filme, feita de fatalismo tristonho, em algo que não pareça artificial e pré-programado (mas é infelizmente nesta pose sisuda e um tanto enfadonha que melhor reconhecemos o Villeneuve do supra-citado Incêndios). Esta América traumatizada do “interior”, silenciosamente violenta, tem sido um tema recorrente em muito cinema “independente”; seria fácil encontrar, só nos últimos três ou quatro anos, uma mão-cheia de declinações mais interessantes desse tema.