Cidadãos que apoiam a troika saem hoje à rua

A necessidade de “agradecer a ajuda” dos credores internacionais motiva uma acção de um grupo de cidadãos auto-intitulados “Obrigado, Troika”.

Foto
Enric Vives-Rubio

Por trás da manifestação desta tarde está um grupo informal de cidadãos chamado Obrigado, Troika. Trata-se de um grupo “pequeno, não é nenhum movimento”, “que tem falado muito destas coisas”, segundo a empregada bancária de 50 anos.

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Por trás da manifestação desta tarde está um grupo informal de cidadãos chamado Obrigado, Troika. Trata-se de um grupo “pequeno, não é nenhum movimento”, “que tem falado muito destas coisas”, segundo a empregada bancária de 50 anos.

O contacto para a acção de apoio, que termina junto à Representação da Comissão Europeia em Portugal, no Largo Jean Monnet, tem sido feito sobretudo via SMS e boca a boca. Rita Vasconcelos refere que foram contactadas 400 pessoas, não arriscando, contudo, antecipar qualquer número previsto de participantes.

Confrontada com a possível reacção adversa por parte de algumas pessoas durante a manifestação, a organizadora não tem receio de confrontos. Ainda assim, admite que “é natural que algumas pessoas não gostem e reajam mal a este apoio à troika”.

Rita Vasconcelos fala ainda em “forças de bloqueio” à acção da troika em Portugal. “As manifestações a que temos assistido contra a troika levam muitas pessoas para a rua, que, se calhar, não estão informadas”. A acção convocada pelo movimento Que se Lixe a Troika para o próximo sábado motivou também esta resposta por parte dos defensores do programa de resgate.

A organizadora assegura que também sentiu os efeitos das medidas de austeridade. “Sentimos todos, mas acredito naquilo que me dizem: é absolutamente necessário aquilo que está a ser feito”. “Se todos aceitassem estas medidas, pensando que é um sacrifício que estão a fazer, se calhar muita coisa já podia estar resolvida”, sustenta Rita Vasconcelos.

Esta é a primeira manifestação de apoio à troika desde o início do programa de ajustamento, em 2011, ao contrário de acções de protesto contra as medidas de austeridade, que se têm multiplicado nos últimos dois anos.

Nota: Esta manifestação era afinal uma manifestação anti-troika