Patriarca de Lisboa apela à solidariedade no próximo Orçamento

D. Manuel Clemente diz que chegam às instituições sociais e de caridade cada vez "mais pedidos de ajuda".

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Manuel Clemente prefere coligação entre PSD-CDS e o PS Adriano Miranda

"O que for necessário ainda sacrificar, que atinja quem se possa sacrificar e que tenha sempre em conta o bem de todos e, sobretudo, daqueles que já não têm quase nada", afirmou à agência Lusa o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

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"O que for necessário ainda sacrificar, que atinja quem se possa sacrificar e que tenha sempre em conta o bem de todos e, sobretudo, daqueles que já não têm quase nada", afirmou à agência Lusa o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

Neste sentido, alertou que os responsáveis políticos têm de tomar medidas "com muita solidariedade", sublinhando que chegam às instituições sociais e de caridade cada vez "mais pedidos de ajuda".

"Havia muita gente que não recorria às instituições de solidariedade e agora recorre, desde há dois ou três anos. Portanto, já não são só os pobres, mas pessoas da classe média que recorrem de uma maneira envergonhada face à perda de estatuto", afirmou.

Em relação aos cortes anunciados das pensões de sobrevivência, chamou "a atenção para que, com este novo desemprego, muitas pensões de pais e avós também servem para ajudar filhos e netos, que estão desempregados".

Considerando que é preciso tomar medidas "para resolver as dificuldades do país sob assistência externa e para haver investimento e desenvolvimento", defendeu que os membros do Governo devem "ter uma acção muito pedagógica", no sentido de explicá-las aos portugueses, cuja "maioria não é especialista" em matérias, como finanças.

"Não é possível resolver por nós [no actual contexto do país sob dependência externa] as nossas dificuldades, o que limita a capacidade de acção sobre os recursos nacionais", lembrou D. Manuel Clemente.

O Patriarca de Lisboa falava no final de uma missa de celebração dos 110 anos da Associação dos Bombeiros de Torres Vedras, donde é natural.

O Orçamento do Estado para 2014 (OE2014) tem que ser entregue para a apreciação na Assembleia da República na próxima semana, já que o dia 15 de Outubro (terça-feira) é a data-limite para o efeito.