Cidade japonesa famosa pela matança de golfinhos vai ter parque marinho

Turistas vão poder nadar lado a lado com golfinhos e baleias, em Taiji. No futuro, deverão poder também comer pratos feitos com a carne destes animais.

Foto
Matança de golfinhos deixa as águas da baía vermelhas de sangue Sea Shepherd Conservation Society/AP

Daqui por cinco anos, as autoridades querem ter um espaço delimitado com cerca de 28 hectares, junto à baía de Hatakejiri, onde os pescadores locais costumam encurralar os golfinhos com redes, antes de os matarem com facas e lanças, deixando a água completamente vermelha de sangue.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Daqui por cinco anos, as autoridades querem ter um espaço delimitado com cerca de 28 hectares, junto à baía de Hatakejiri, onde os pescadores locais costumam encurralar os golfinhos com redes, antes de os matarem com facas e lanças, deixando a água completamente vermelha de sangue.

Citado pela AFP, um responsável do governo local, Masaki Wada, disse que o objectivo é usar as receitas deste turismo para financiar a captura de golfinhos, que se mantém, apesar dos protestos de diversas associações de defesa dos animais. “Nós já usamos golfinhos e pequenas baleias como atracção turística na enseada onde a captura tem lugar”, afirmou Wada.

Mas este é só o primeiro passo. “Planeamos fazer isto a uma escala maior. Esta é parte do plano de longo prazo para tornar a cidade inteira num parque, onde [os turistas] podem ver os mamíferos enquanto provam vários produtos marinhos, incluindo carne de golfinho e de baleia”, acrescentou.

A captura de golfinhos é uma prática antiga naquela região, com mais de 400 anos, e é fortemente defendida pelos moradores e pelas autoridades municipais. Em 2009, o documentário The Cove mostrou imagens impressionantes desta actividade, alertando a comunidade internacional para a matança e para o perigo da contaminação da carne por mercúrio, mas nem por isso ela terminou.