PCP e BE receosos com negócio “preocupante” da fusão PT/Oi

Projecto de fusão foi anunciado nesta quarta-feira.

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JOANA BOURGARD

“Será uma grande notícia para os grandes accionistas privados (...) mas é uma notícia muito preocupante para a economia nacional e para aquilo que ao longo dos anos se designou de centros de decisão estratégica a nível nacional”, disse o deputado comunista Bruno Dias aos jornalistas, em declarações na Assembleia da República.

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“Será uma grande notícia para os grandes accionistas privados (...) mas é uma notícia muito preocupante para a economia nacional e para aquilo que ao longo dos anos se designou de centros de decisão estratégica a nível nacional”, disse o deputado comunista Bruno Dias aos jornalistas, em declarações na Assembleia da República.

O deputado comentava o acordo de intenções para a fusão entre a PT e a Oi para a formação da multinacional CorpCo, que foi anunciado nesta quarta-feira.

Pelo BE, a deputada Mariana Mortágua defendeu que o país “ficará a perder” com a “maioria do capital e a sede” da PT a passar para o Brasil. “O que se pode antever é que juntamente com a mudança do centro de decisão, haja uma transferência óbvia de investimento, inovação, postos de trabalho”, fez notar a deputada bloquista.

A CorpCo só avançará depois de a fusão ser aprovada por todos os accionistas das operadoras portuguesa e brasileiras, depois de realizado um aumento de capital na ordem dos 2,3 mil milhões de euros a 2,7 mil milhões, e depois de sujeita à aprovação das entidades de regulação.

A transacção, lê-se no documento, está prevista para o primeiro semestre do próximo ano. As acções da CorpCo, caso a operação de fusão seja concluída com sucesso, vão ser negociadas na bolsa brasileira, Bovespa, na bolsa de Nova Iorque, a NYSE, e na Euronext Lisbon.