Actriz Sónia Brazão recusa responsabilidade na explosão do seu apartamento

A ser provado o crime, tem uma moldura penal até cinco anos de prisão.

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A casa da actriz Joana Freitas

"Estava descontente com algumas coisas da minha vida, como qualquer ser humano, mas nunca tive razão para me suicidar", afirmou hoje Sónia Brazão no Tribunal de Oeiras.

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"Estava descontente com algumas coisas da minha vida, como qualquer ser humano, mas nunca tive razão para me suicidar", afirmou hoje Sónia Brazão no Tribunal de Oeiras.

A actriz, que ficou como queimaduras graves depois de uma explosão no seu apartamento de Algés a 3 de Junho de 2011, está acusada de "libertação de gases asfixiantes por conduta negligente com intenção de pôr termo à vida".

Em tribunal, Sónia Brazão disse ter pouca memória desse dia, lembrando-se apenas de que estava muito cansada e de ter adormecido na sala após ingestão de comprimidos para dormir, ao fim de três noites sem dormir.

"De repente senti uma dor que não consigo descrever, de alguém a agarrar-me e já só me lembro de ir na maca para o hospital", contou.

Cinco testemunhas foram ouvidas esta manhã: um bombeiro, dois agentes da PSP, o coordenador de investigação criminal, que assegurou que os quatro bicos do fogão tinham sido propositadamente abertos para libertar o gás, e a inspectora da Polícia Judiciária neste processo, que disse ter-se apurado que, na altura, a actriz tinha "álcool no sangue, ingerido medicamentos e substâncias canabinóides" e dito a quem a socorreu que não queria ajuda porque queria morrer, levando à teoria de que Sónia Brazão quereria então suicidar-se.

No final da audiência, Sónia Brazão não quis prestar quaisquer declarações aos jornalistas, sublinhando apenas que a resposta à pergunta sobre se teria tentado suicidar-se ou não já tinha sido dada em tribunal.

Já o seu advogado, Jorge Pracana, afirmou que a actriz quer "provar a sua não culpabilidade".

A 3 de Junho de 2011, uma explosão ocorrida no quarto andar do número 73 da Avenida da República, em Algés, na casa da actriz, causou dois feridos e provocou estragos em dezenas de viaturas e várias casas vizinhas.

Segundo os exames toxicológicos realizados ao sangue e à urina, a actriz acusou, um dia após a explosão, 0,98 gramas/litro (g/l) de álcool no sangue, além de substâncias canabinóides, opiáceos e benzodiazepinas (ansiolíticos).

Perante estes dados, os responsáveis pelas análises concluíram que a arguida, no momento do incidente, teria uma taxa de 4,27 g/l de álcool no sangue.

O crime tem uma moldura penal até cinco anos de prisão.