Bento XVI manifesta "profunda consternação" por casos de pedofilia

Carta do Papa emérito a um matemático ateu que se lhe dirigiu num livro.

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Desde que resignou, Bento XVI vive num mosteiro do Vaticano JOHANNES EISELE/AFP

“O facto de o poder do mal penetrar até este ponto no mundo interior da fé é para nós um sofrimento que, por um lado, não podemos suportar e, por outro, nos obriga a fazer todo o possível para que incidentes deste tipo não voltem a repetir-se”, escreve o papa alemão, que renunciou em Fevereiro deste ano. Desde então, vive recolhido num mosteiro do Vaticano.

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“O facto de o poder do mal penetrar até este ponto no mundo interior da fé é para nós um sofrimento que, por um lado, não podemos suportar e, por outro, nos obriga a fazer todo o possível para que incidentes deste tipo não voltem a repetir-se”, escreve o papa alemão, que renunciou em Fevereiro deste ano. Desde então, vive recolhido num mosteiro do Vaticano.

“Só posso tomar nota com uma profunda consternação” dos abusos cometidos por sacerdotes, continua Ratzinger, que acrescenta: “Nunca tentei encobrir estas coisas”.

Durante o seu pontificado, de 2005 a 2013, Joseph Ratzinger decretou a tolerância zero frente às revelações de vários casos de pedofilia dentro da Igreja.

“Se não é lícito calarmo-nos perante o mal dentro da Igreja, também não o é perante o grande rasto luminoso da bondade e da pureza que a fé cristã deixou atrás de si ao longo dos séculos”, escreveu o Papa emérito.