Neonazi do Aurora Dourada acusado de matar músico de esquerda

Pavlos Fyssas, de 34 anos, foi esfaqueado à saída de um café. Polícia diz que atacante confessou o crime e assumiu ter "uma determinada filiação política".

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O partido Aurora Dourada tem 18 deputados no Parlamento da Grécia Yannis Behrakis/Reuters

Pavlos Fyssas, de 34 anos, conhecido no meio artístico do país como Killah P, foi esfaqueado após uma discussão com um homem de 45 anos num café no bairro de Amfiali, no subúrbio de Keratsini.

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Pavlos Fyssas, de 34 anos, conhecido no meio artístico do país como Killah P, foi esfaqueado após uma discussão com um homem de 45 anos num café no bairro de Amfiali, no subúrbio de Keratsini.

A edição online do jornal grego I Khatimerini avança que os dois homens começaram a discutir por causa do jogo de futebol entre os gregos do Olympiakos e os franceses do Paris St. Germain, disputado na noite de quarta-feira.

O homem de 45 anos esperou por Pavlos Fyssas à saída do café, acompanhado por entre 15 a 25 homens –  consoante os vários relatos disponíveis –, e esfaqueou-o. Fyssas ainda conseguiu dizer à polícia o nome do principal atacante, mas acabou por morrer devido aos ferimentos pouco depois de ter sido levado para o hospital Tzanneio.

"O suspeito confessou e também admitiu que tem uma determinada filiação política", disse à agência de notícias AFP um agente da polícia grega responsável pelas investigações, citado sob anonimato.

A polícia entrou na manhã desta quarta-feira em duas representações dos neonazis do Aurora Dourada em Atenas e são esperadas mais operações semelhantes em outros locais ao longo do dia.

A direcção do partido Aurora Dourada – que tem 18 deputados no Parlamento da Grécia – negou qualquer envolvimento no caso.

O porta-voz e deputado Ilias Kasidiaris – que agrediu duas deputadas durante um debate na televisão, em Junho de 2012 – disse que o partido vai responder com processos em tribunal. Em declarações à rádio grega Skai, Kasidiaris defendeu que o ataque não teve motivações políticas e acusou os opositores do seu partido de quererem criar "um clima de guerra".

Para as 18h desta quarta-feira está marcada uma manifestação no local em que Pavlos Fyssas foi assassinado, num protesto que se soma a outros convocados por funcionários públicos, médicos e professores contra os mais recentes planos de cortes e despedimentos nos respectivos sectores.

Este foi o segundo ataque por membros do Aurora Dourada na última semana contra elementos ligados à esquerda. Na sexta-feira passada, cinco dezenas de homens espancaram um grupo de activistas que distribuíam cartazes num outro subúrbio de Atenas. Nove pessoas foram hospitalizadas com ferimentos graves após terem sido espancadas com pés-de-cabra e bastões.