Moita Flores quer acabar com “degradação” da imagem de Oeiras

Candidato social-democrata elogia trabalho de Isaltino Morais, mas critica o seu último mandato, quando o ex-presidente já não estava ligado ao PSD.

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Francisco Moita Flores diz que o concelho precisa de uma intervenção especial na educação, no combate às desigualdades sociais e na requalificação das zonas ribeirinhas. ENRIC VIVES-RUBIO

Apesar de admitir que o ex-presidente Isaltino Morais fez um “trabalho extraordinário” enquanto foi autarca, Moita Flores considera, porém, que o último mandato deixou muito a desejar e que Oeiras tem problemas para resolver no que toca às zonas ribeirinhas, à educação e às desigualdades sociais.

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Apesar de admitir que o ex-presidente Isaltino Morais fez um “trabalho extraordinário” enquanto foi autarca, Moita Flores considera, porém, que o último mandato deixou muito a desejar e que Oeiras tem problemas para resolver no que toca às zonas ribeirinhas, à educação e às desigualdades sociais.

Moita Flores falava aos jornalistas antes de uma arruada que aconteceu esta manhã, na Medrosa, em Oeiras. “[O concelho] precisa urgentemente de relançar políticas que noutros tempos o tornaram famoso, nomeadamente no domínio da requalificação, das zonas ribeirinhas e, sobretudo, da reformulação da educação, das escolas, diminuindo as assimetrias e diminuindo as desigualdades que existem no concelho”, afirmou, sublinhando que uma das grandes prioridades que tem é a educação.

“Vamos criar uma bolsa de livros para entregar gratuitamente aos nossos alunos os livros escolares”, disse, acrescentando que será dada ainda “uma atenção muito cuidada às aulas de enriquecimento escolar”.

Além disso, Moita Flores quer ainda “rever toda a política de estacionamento e parqueamento do concelho” que considera ser, a par das questões da mobilidade, “uma vergonha” e “dos piores desastres” de Oeiras.

Quando fala na “degradação” da imagem de Oeiras, Moita Flores sublinha que está a referir-se não só às “relações com os munícipes” como também ao património, considerando que há “territórios completamente degradados como é o caso do centro histórico de Oeiras e outros centros históricos, como o de Algés” que o candidato quer “revitalizar com grande força”.

Assume que estas são críticas ao legado de Isaltino Morais, embora reconhecendo que o ex-autarca, que está preso, fez um bom trabalho durante parte da sua governação: “A minha relação com Isaltino não é de herdeiro, mas também não é uma relação de animosidade, nada disso. Reconheço que ele fez aqui um trabalho extraordinário sobretudo no tempo em que foi autarca pelo PSD”, diz, ressalvando, porém, que o último mandato não correu bem.

“Ele [Isaltino Morais], coitado, preocupado com a sua vida pessoal e a câmara entregue a pessoas sem pensamento estratégico nenhum”, critica, referindo-se ao actual presidente e candidato independente pelo movimento Isaltino, Oeiras Mais à Frente, Paulo Vistas.

Na arruada desta manhã em Oeiras, Moita Flores entrou em cafés, cumprimentou pessoas, mas cruzou-se com poucos munícipes nas ruas. A festa fez-se sobretudo pela mão e boca dos apoiantes que, ao som de tambores, empunhando bandeiras e vestindo t-shirts onde se lia Sou Moita cool e Sou Moita fixe, entoaram frases de apoio ao candidato do PSD e distribuíram folhetos, bonés e sacos.

Sobre os desacatos entre apoiantes da sua candidatura e a de Paulo Vistas, o candidato do PSD lamenta o sucedido, mas desvaloriza a questão. Dois dos seus apoiantes já apresentaram, porém, queixa na PSP, embora Moita Flores garanta que tentou que não o fizessem.

Para além de Moita Flores e de Paulo Vistas, concorrem à presidência da câmara de Oeiras Marcos Sá (PS), Daniel Branco (CDU), Carlos Gaivoto (BE), Paulo Freitas do Amaral (CDS), Richard Warrell  (PAN), e Joaquim Manuel Ferreira (PCTP/MRPP).