Tamanho dos testículos associado à capacidade dos pais de cuidarem de crianças

Indivíduos com testículos menores tendem a colaborar mais em tarefas como a troca das fraldas, sugere estudo publicado na PNAS.

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O estudo avaliou 70 pais Reuters

Os autores do estudo – três cientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos – também encontraram diferenças entre as imagens funcionais dos cérebros dos pais a quem foi pedido para olhar para fotos dos filhos. Os homens com gónadas de tamanho menor tendiam a reagir mais intensamente perante as imagens das suas crianças do que os indivíduos com testículos maiores.

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Os autores do estudo – três cientistas da Universidade de Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos – também encontraram diferenças entre as imagens funcionais dos cérebros dos pais a quem foi pedido para olhar para fotos dos filhos. Os homens com gónadas de tamanho menor tendiam a reagir mais intensamente perante as imagens das suas crianças do que os indivíduos com testículos maiores.

A antropóloga Jennifer Mascaro, a primeira autora do estudo, explicou ao jornal britânico The Guardian que este trabalho não pode ser entendido de uma forma simplista. “Não estamos a dizer que é possível determinar a vocação parental de um homem com base na sua anatomia”, diz Mascaro. O que o estudo sugere, ainda segundo o The Guardian, é que alguns homens estão mais predispostos a cuidar de crianças do que outros. São pais que, por exemplo, chamam mais rapidamente para si a responsabilidade de aquecer o biberão.

Quer isto dizer que os homens com testículos grandes têm agora uma excelente desculpa para não cuidar dos próprios filhos? Não, diz James Rilling, também autor do estudo. “Isto diz-nos apenas que alguns homens estão naturalmente mais inclinados para cuidar de crianças do que outros, mas não acredito que isto desculpe os outros homens. Isto significa apenas que alguns homens terão de se esforçar mais do que os outros”, defende o investigador em declarações à BBC.

Como foi feito o trabalho?

A equipa norte-americana pediu a 70 casais que vivem sob o mesmo tecto, e que têm filhos com idades de um a dois anos, para preencherem um questionário sobre a partilha de tarefas parentais. Quem dá a sopa? Quem se levanta quando o bebé chora? Quem é responsável pelo banho? As respostas dos casais a perguntas como estas atribuíam uma pontuação de um a cinco, na qual um significa que a mãe era quase sempre a cuidadora e o valor cinco indica que o pai arcava com a maior parte do trabalho.

Uma vez preenchidos os questionários, os cientistas mediram os testículos dos participantes utilizando imagens de ressonância magnética. Considerados aos pares, os testículos dos homens que participaram no estudo variavam entre 18 e 60 centímetros cúbicos. Um par de testículos com tamanho médio media, na amostra estudada, cerca de 38 centímetros cúbicos. O que Mascaro e a sua equipa encontraram é que quanto maior era o volume testicular, menores eram os valores obtidos no questionário sobre a divisão de tarefas. 

Os autores consideraram o tamanho das gónadas masculinas como um indicador da quantidade e da qualidade do esperma produzido – algo que não é consensual na comunidade científica. Esta linha de raciocínio, com raízes na biologia evolutiva, implicaria que os homens dotados de grandes testículos estariam mais interessados em fecundar mulheres do que as ajudar a criar os bebés.