Seguro alerta que regressa país “de miséria” pré-25 de Abril

“A via do empobrecimento é a via errada. Este Governo, nestes dois anos, não cumpriu uma única meta orçamental”, acusou o líder socialista.

"Eu tinha 12 anos quando o 25 de Abril aconteceu em Portugal e os meus pais contavam-me o que era o Portugal” que existia nessa altura, recordou Seguro. Segundo o líder do PS, tratava-se de “um Portugal de miséria, um Portugal de pobreza, um Portugal em que tanta gente tinha que emigrar porque não encontrava aqui possibilidades para sustentar a sua família”.

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"Eu tinha 12 anos quando o 25 de Abril aconteceu em Portugal e os meus pais contavam-me o que era o Portugal” que existia nessa altura, recordou Seguro. Segundo o líder do PS, tratava-se de “um Portugal de miséria, um Portugal de pobreza, um Portugal em que tanta gente tinha que emigrar porque não encontrava aqui possibilidades para sustentar a sua família”.

“Quando nós julgávamos que esse país tinha acabado, ele começa a regressar”, alertou António José Seguro, exemplificando que, só em 2012, emigraram “120 mil portugueses”. E “só emigra quem não tem possibilidades de sustentar aqui a sua família, de ter um emprego”, sublinhou.

O líder socialista discursava em Alandroal, durante um almoço de apoio a Manuel José Ramalho, candidato do partido à câmara municipal, atualmente liderada por um movimento independente, nas eleições autárquicas do próximo dia 29.

Na sua intervenção, que durou aproximadamente 20 minutos, Seguro lançou várias críticas à governação de Pedro Passos Coelho, nomeadamente ao “caminho errado” que, na sua opinião, Portugal tem seguido. “A via do empobrecimento é a via errada. Este Governo, nestes dois anos, não cumpriu uma única meta orçamental”, acusou.

Portugal, “de norte a sul, do litoral ao interior, vive grandes dificuldades”, argumentou o secretário-geral do PS, criticando o Governo por dizer que o país está a crescer: “As pessoas não sentem isso no dia-a-dia”.

Aludindo às eleições autárquicas do próximo dia 29, António José Seguro defendeu que, nesta campanha eleitoral, os políticos e os partidos têm “um dever muito grande”. “O de, nesta campanha, pormos a politiquice de lado” e “falar dos problemas dos portugueses e das soluções que temos para resolver a sua situação”, disse.

O que importa é que os políticos abordem os problemas das pessoas e apontem solução, deixando de lado “a demagogia”.

Ao discursar num concelho alentejano situado a “dois passos” da fronteira com Espanha, o secretário-geral do PS lembrou ainda que Portugal é um país “desequilibrado”, com grandes assimetrias. Por isso, defendeu, “é preciso uma política nacional de apoio ao interior”, pois, esta zona do país, onde os portugueses que aí vivem “são duplamente penalizados”, não pode ser olhada “como um fardo”.

“Temos que apostar no interior e não olhar para o interior como um fardo”, pois, “só quem não conhece o interior” é que pode ter essa visão, afirmou.