CTT entregaram ao Banco de Portugal pedido de licença para criarem banco postal

Projecto “representará uma opção dos CTT após a sua privatização”, diz a empresa.

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CTT detectaram o extravio de várias encomendas postais ao longo dos últimos meses Pedro Cunha

“Após um estudo aprofundado com o apoio de consultores estratégicos sobre a oportunidade e viabilidade da criação do banco postal, os CTT formalizaram o pedido de licença ao Banco de Portugal no dia 5 de agosto”, lê-se num comunicado divulgado pela empresa.

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“Após um estudo aprofundado com o apoio de consultores estratégicos sobre a oportunidade e viabilidade da criação do banco postal, os CTT formalizaram o pedido de licença ao Banco de Portugal no dia 5 de agosto”, lê-se num comunicado divulgado pela empresa.

Os CTT afirmam que o projecto, que “constitui uma antiga ambição da empresa”, “vai ao encontro do verificado na generalidade dos operadores postais europeus” e, caso seja autorizado, “representará uma opção dos CTT após a sua privatização”.

O presidente do Conselho de Administração dos CTT, Francisco de Lacerda, já havia dito em entrevista à Lusa, em Junho, que estava a ser preparado um dossiê sobre o que poderia ser um banco postal dos Correios de Portugal.

O Conselho de Ministros aprovou a 25 de Julho o processo de privatização dos CTT, a "realizar-se mediante a alienação das acções representativas de até 100%" do capital social da empresa.

O diploma prevê a alienação do capital social dos CTT através de venda directa de referência, com uma perspectiva de longo prazo com vista ao desenvolvimento estratégico da empresa", bem como através de oferta pública de venda no mercado nacional, que pode ser combinada com a venda directa institucional, e de oferta pública de venda dirigida a trabalhadores.

Consagra-se a alienação de um máximo de 5% de acções a trabalhadores dos CTT e das empresas por estas participadas.

Quanto a prazos, o secretário de Estado das Finanças, Manuel Rodrigues, disse no final de Julho que este processo, assessorado a nível financeiro pelo JP Morgan e Caixa BI e previsto no memorando de entendimento firmado com a troika, deverá receber ainda no "decurso deste ano" as primeiras ofertas não vinculativas e posteriormente vinculativas para a privatização dos CTT.

Segundo a edição de hoje do Jornal de Negócios, o Governo espera vender os CTT por 600 milhões de euros e acredita que fecha a operação até ao final do ano, de acordo com as estimativas dos assessores financeiros da operação.