Seguro diz que se cortes continuarem, PS vota contra Orçamento de Estado

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António José Seguro Nuno Ferreira Santos

Questionado pelo DN sobre o sentido de voto dos socialistas relativamente ao próximo Orçamento do Estado, António José Seguro ressalva reiteradamente que não conhece a proposta orçamental do Governo, mas mostra-se convencido de que a política de cortes e austeridade continuará.

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Questionado pelo DN sobre o sentido de voto dos socialistas relativamente ao próximo Orçamento do Estado, António José Seguro ressalva reiteradamente que não conhece a proposta orçamental do Governo, mas mostra-se convencido de que a política de cortes e austeridade continuará.

"Não poderá ser outro sentido de voto que são seja votar contra o Orçamento do Estado. Se na proposta estiver um corte retroactivo das pensões da Caixa Geral de Aposentações, ele será enviado pelo PS para o Tribunal Constitucional", disse Seguro.

O líder socialista garante que não quer fazer do Tribunal Constitucional "uma instância de apelo em termos políticos" e explica que esta será "uma resposta a tanto radicalismo da parte do Governo no ataque à Constituição e na violação dos princípios sagrados do nosso texto constitucional".

Na entrevista, António José Seguro mostrou-se ainda disponível para rever a Constituição "no sentido de a melhorar", mas afirmou recusar "uma mudança da Constituição para retirar direitos às pessoas".

"Se for uma mudança de abertura e de modernização, obviamente que é útil para o país, mas não é isso que o Governo pretende", disse, acrescentando que o sentido da proposta apresentada por Pedro Passos Coelho, ainda na oposição, em 2010, foi o de um retrocesso civilizacional.

"Era o desmantelamento do Estado social e de menos direitos para os cidadãos. Aí, o PS não estará disponível para dar contributo", adiantou.

O líder socialista disse ainda que a revisão da Constituição não é uma prioridade, considerando não haver "nenhuma necessidade" de que seja feita durante a actual legislatura.

Sobre as eleições autárquicas de 29 de Setembro, António José Seguro rejeitou a ideia de que estas possam ser lidas como um referendo à sua liderança e à qualidade da oposição feita pelo PS.

"Não sou eu que estou em avaliação, mas, sim, os candidatos do PS", disse.

Por outro lado, garantiu que o objectivo é ganhar.

"Haverá 101 interpretações para todos os gostos, mas para nós há um objectivo muito simples: ganhar estas eleições. Isso significa ter mais votos que o segundo partido", disse.

O líder do PS disse ainda não conseguir garantir que esta legislatura vá até ao fim, adiantando que o PS está preparado para governar.

"Na minha cabeça já existe uma orgânica de Governo e já existem pessoas para compor esse futuro Governo", disse.