Inquérito mostra que europeus e americanos são contra intervenção militar na Síria

Em Portugal, 80% dos inquiridos defende que o país não se deve envolver na guerra. Estudo foi realizado antes do ataque com armas químicas.

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A oposição a uma intervenção aumentou nos dois lados do Atlântico Bazuki Muhammad/Reuters

O inquérito –  conduzido pelo German Marshall Fund dos EUA e Compagnia di San Paolo em Itália, com o apoio, entre outras instituições, da Fundação Luso-Americana –  foi realizado entre os dias 3 e 27 de Junho, ou seja, quase dois meses antes dos ataques químicos nos subúrbios de Damasco, que levaram o Presidente norte-americano, Barack Obama, a anunciar a intenção de atacar o regime sírio.

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O inquérito –  conduzido pelo German Marshall Fund dos EUA e Compagnia di San Paolo em Itália, com o apoio, entre outras instituições, da Fundação Luso-Americana –  foi realizado entre os dias 3 e 27 de Junho, ou seja, quase dois meses antes dos ataques químicos nos subúrbios de Damasco, que levaram o Presidente norte-americano, Barack Obama, a anunciar a intenção de atacar o regime sírio.

Ainda sem esse dado em cima da mesa, dois terços dos inquiridos norte-americanos (62%) e mais de três quartos dos europeus (72%) afirmou que os respectivos países não deveriam envolver-se no conflito – dados que, quando comparados com o inquérito do ano anterior, revelam que a oposição a uma intervenção está a crescer dos dois lados do Atlântico (sete pontos percentuais no caso de americanos, 13 nos europeus).

Portugal está entre os países que mais se opõem ao envolvimento no conflito – apenas ultrapassado pela Eslováquia e Roménia – e os 80% de respostas negativas representam um aumento de 12 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Questionados sobre a hipótese de esse envolvimento passar por uma intervenção militar dos respectivos países, apenas 30% dos norte-americanos e 22% dos europeus admite esse cenário, o que representa igualmente um aumento em relação ao ano anterior.

O estudo, cujos resultados serão divulgados integralmente no próximo dia 18, quis saber também qual a opinião dos dois lados do Atlântico sobre a evolução da Primavera Árabe, iniciadas com a revolta que em 2011 derrubou o Presidente da Tunísia, alastrando depois ao Médio Oriente e à Líbia.

Os inquiridos tiveram de escolher uma de duas afirmações: "A estabilidade é mais importante, mesmo que isso signifique aceitar um Governo não democrático" ou "A democracia é mais importante, mesmo que conduza a um período de instabilidade”. A maioria dos europeus (58%) e um grande parte dos norte-americanos (47%) escolheu a democracia sobre a estabilidade, mas no caso de Portugal as opiniões dividiram-se, com cada uma das afirmações a ser preferida por 47% dos inquiridos.