“No sector financeiro não vale tudo”, diz Carlos Tavares

Presidente da CMVM diz que fiscalização dos swaps cabia às empresas e aos auditores externos.

Foto
Carlos Tavares Claudia Andrade/Arquivo

“No sector financeiro não vale tudo, por muitos proveitos que algo possa proporcionar”, afirmou o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

“No sector financeiro não vale tudo, por muitos proveitos que algo possa proporcionar”, afirmou o presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.

O responsável argumentou, numa resposta ao deputado do PSD Carlos Silva, que “a instituição financeira tem a obrigação de julgar se o interlocutor está a perceber o que está a ser proposto”.

Carlos Tavares disse ainda, no seguimento de declarações sobre a ausência de poderes dos supervisores para fiscalizar estes produtos, que cabe também às empresas essa supervisão interna. “É um trabalho que vai da auditoria interna ao conselho fiscal e existem também os auditores externos, cuja responsabilidade muitas vezes é subestimada”, afirmou.

Perante a verdadeira bomba-relógio criada com a subscrição de swaps nas empresas públicas, que atingiram perdas potenciais superiores a 3300 milhões de euros, o presidente da CMVM afirmou que “porventura alguns desses controlos não funcionaram, atendendo aos resultados”.

Carlos Tavares defendeu ainda que a comercialização deste tipo de derivados passasse a ser divulgada, como já acontece agora noutros mercados.

“Deveria haver um sistema de reporte de transacções, qualquer que seja o instrumento transaccionado, sejam acções ou derivados. Preferiria que existisse um sistema em que houvesse essa obrigação de transparência, tal como para as acções essa transparência existe”, referiu.