Advogado diz que Mubarak deve ser libertado esta semana

Antigo ditador foi condenado a prisão perpétua em Julho do ano passado, mas está à espera de uma repetição do julgamento.

Foto
Mubarak Gianluigi Guercia/AFP

Só falta um procedimento administrativo que não devia durar mais de 48 horas. Deveria ser libertado no final da semana”, disse esta segunda-feira de amanhã Farid el-Deeb, advogado de Mubarak.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Só falta um procedimento administrativo que não devia durar mais de 48 horas. Deveria ser libertado no final da semana”, disse esta segunda-feira de amanhã Farid el-Deeb, advogado de Mubarak.

O homem que esteve à frente dos destinos do maior país árabe durante três décadas enfrenta uma série de acusações de corrupção e aguarda pela repetição do julgamento em que é acusado de cumplicidade na morte de 846 pessoas nas manifestações pacíficas que forçaram a sua queda, há dois anos e meio.

Mubarak foi condenado em Junho do ano passado a prisão perpétua por não ter travado estas mortes às mãos da polícia. Tanto a defesa como a acusação recorreram, mas o ex-Presidente pode aguardar pelo novo julgamento em liberdade. Entretanto, expirou o prazo de prisão preventiva correspondente ao processo por corrupção.

Falta uma confirmação oficial desta libertação – os media estatais citam responsáveis de segurança não identificados a admitirem que Mubarak sairá em liberdade. Mas apesar das afirmações da sua equipa de defesa é possível que as autoridades tentem encontrar uma forma de o manter detido.

Tora, prisão dos arredores do Cairo onde Mubarak ainda se encontra, é onde se estão agora alguns dos principais dirigentes da Irmandade Muçulmana, detidos às ordens do Exército.

O movimento continua na rua a protestar contra o derrube de Mohamed Morsi, o primeiro Presidente escolhido em eleições livres no Egipto, deposto pelos militares no dia 3 de Julho. Morsi também está detido.

Desde quarta-feira, dia em que os militares dispersaram pela força as concentrações de protesto da Irmandade no Cairo, pelo menos 850 pessoas morreram no país. A maioria eram apoiantes de Morsi e da Irmandade; dezenas eram polícias e soldados.