Noite de violência em Belfast faz 26 feridos entre a polícia

Unionistas e republicanos entraram em confronto.

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Foi nesse dia – em plenos “troubles”, nome com ficou conhecido o conflito de décadas entre republicanos católicos e unionistas protestantes – que as autoridades britânicas iniciaram as detenções sem julgamento na Irlanda do Norte para tentarem travar a violência política que no ano seguinte iria provocar cerca de 500 mortos.

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Foi nesse dia – em plenos “troubles”, nome com ficou conhecido o conflito de décadas entre republicanos católicos e unionistas protestantes – que as autoridades britânicas iniciaram as detenções sem julgamento na Irlanda do Norte para tentarem travar a violência política que no ano seguinte iria provocar cerca de 500 mortos.

A violência desta sexta-feira à noite rebentou depois de várias centenas de unionistas (que defendem a manutenção da Irlanda do Norte no Reino Unido) terem tentado bloquear o cortejo republicano (que querem a integração do Norte com a restante Irlanda) que marchava para recordar uma das medidas mais simbólicas e criticadas do conflito norte-irlandês.

Ao tentar dispersar os manifestantes, com o recurso a canhões de água e armas anti-motim, a polícia tornou-se rapidamente o alvo do arremesso de pedras, garrafas, barras de metal, petardos e copos de cerveja. Dois civis também ficaram feridos e vários carros foram incendiados.

Esta noite de violência não foi um caso isolado (em Julho, Belfast viveu várias noites de tumultos) já que todos os Verões, a época das marchas na Irlanda do Norte (uma tradição mais unionista do que republicana) é pretexto para confrontos entre republicanos e unionistas, com níveis menores ou maiores de violência.

Tradicionalmente, as marchas dos unionistas protestantes são organizadas de Abril a Agosto. A maior de todas é a do dia 12 de Julho, que marca a vitória, em 1690, do rei protestante Guilherme III de Orange contra o seu rival católico Jaime II.

A Irlanda do Norte, uma província britânica semi-autónoma, viveu 30 anos de violência interconfessional que provocou mais de 3500 mortos. Os acordos de paz assinados em 1998 levaram a uma partilha de poder entre unionistas e republicanos, mas a violência esporádica continua a ocorrer.