Alta tensão no funeral do político da oposição tunisina assassinado

Islamistas marcaram manifestações para depois do enterro do líder da esquerda. Explosão em esquadra não faz vítimas.

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Escolta militar para Mohamed Brahimi FETHI BELAID/AFP

Na quinta-feira à noite uma pessoa morreu durante uma marcha de protesto contra esta morte e na sexta-feira milhares de manifestantes atravessaram o centro da capital gritando palavras de ordem contra o Governo, e outros fizeram uma manifestação de apoio. As lojas (de mercearias a bancos) encerraram as portas com receio de que houvesse uma escalada de violência e também pela greve geral marcada por um grande sindicato. 

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Na quinta-feira à noite uma pessoa morreu durante uma marcha de protesto contra esta morte e na sexta-feira milhares de manifestantes atravessaram o centro da capital gritando palavras de ordem contra o Governo, e outros fizeram uma manifestação de apoio. As lojas (de mercearias a bancos) encerraram as portas com receio de que houvesse uma escalada de violência e também pela greve geral marcada por um grande sindicato. 

A aumentar os receios de uma escalada, uma bomba explodiu na madrugada de sábado perto de uma esquadra de polícia, sem fazer vítimas. 

A arma que matou Brahimi é a mesma com que foi assassinado em Fevereiro outro líder da oposição, Chokri Belaid, anunciou o ministro do Interior da Tunísia, Lotfi Ben Jeddou.

Lotfi Ben Jeddou avançou que o principal suspeito dos crimes, Boubacar Hakim, já é procurado por tráfico de armas a partir da Líbia, e especificou que a arma que matou os dois políticos é uma pistola semi-automática de 9 mm: "Não é o mesmo modelo, é a mesma arma", precisou.Segundo o Ministério do Interior, dois homens numa mota atingiram com 14 tiros Brahmi, um político nacionalista árabe, com ligações aos sindicatos e laico. Quinta-feira era o dia em que Assembleia Constituinte se tinha reunido numa cerimónia para assinalar a proximidade do fim da elaboração da nova Constituição. “Não foi por acaso que foi neste dia”, disse o Presidente da Tunísia, Moncef Marzouki, numa entrevista ao jornal francês Le Monde.

“A data das eleições legislativas e presidenciais será anunciada em breve. Vivemos o último quarto de hora do período intercalar. Portanto, não foi um acaso, repito, este assassínio ter ocorrido hoje [na quinta-feira]”, disse Marzouki ao Le Monde.

Para este sábado estão marcadas manifestações convocadas por islamistas.