Standard & Poor's mais perto de corte do rating português

Tendência da nota atribuída a Portugal passou de "estável" para "negativa".

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A agência, umas das três maiores do mundo, tinha no passado mês de Março efectuado precisamente o movimento contrário, ou seja, tinha mudado a tendência do rating de "negativa" para "estável".

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A agência, umas das três maiores do mundo, tinha no passado mês de Março efectuado precisamente o movimento contrário, ou seja, tinha mudado a tendência do rating de "negativa" para "estável".

Essa decisão foi, na altura, vista pelo Governo como um sinal de aumento da credibilidade do país e uma ajuda para o regresso de Portugal aos mercados.

No entanto, agora a Standard & Poor's considera que a situação se deteriorou de forma grave. "Na nossa opinião, as demissões ministeriais desta semana complicam a já muito complexa conjuntura governativa e sugerem que há agora ainda menos espaço de manobra do que quando mudámos a tendência do rating para 'estável' em Março", afirma a nota publicada esta sexta-feira pela agência.

A Standard & Poor's teme que a actual incerteza política ameace o processo de regresso aos mercados e a saída da troika do país.

Para a agência, "a instabilidade política em Portugal é o resultado de tensões crescentes por causa da contracção económica, do aumento do desemprego e da necessidade de o Governo continuar a encontrar novas medidas orçamentais para cumprir as metas do programa".

A Standard & Poor's avisa que, no prazo de 12 meses, baixará o rating (que se mantém para já em "BB") "se as tensões políticas e sociais conduzirem a um incumprimento significativo das condições do programa [da troika]". O regresso a uma tendência "estável", se o Governo mostrar que "consegue cumprir o programa de uma forma atempada e previsível, assegurando deste modo o financiamento oficial e aumentando a probabilidade de uma saída bem sucedida do programa e um regresso aos mercados".