Negociações para adesão da Turquia avançam, mas só no Outono

Por causa da repressão dos protestos, ministros dos Negócios Estrangeiros decidem que novo capítulo do processo de adesão só arranca dentro de quatro meses.

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Os líderes europeus tem insistido que a Turquia deve respeitar os direitos de expressão e livre manifestação Marko Djurica/Reuters

Berlim, com o apoio de outras capitais europeias, entendia que o início imediato de uma nova etapa do longo processo de adesão turca poderia ser interpretado como um aval dos Estados-membros à repressão policial dos protestos que começaram em Istambul, no final de Maio, contra um projecto urbanístico que incluía o abate de centenas de árvores num parque emblemático da cidade e que deram origem a uma onda de contestação ao governo de Recep Tayyip Erdogan.

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Berlim, com o apoio de outras capitais europeias, entendia que o início imediato de uma nova etapa do longo processo de adesão turca poderia ser interpretado como um aval dos Estados-membros à repressão policial dos protestos que começaram em Istambul, no final de Maio, contra um projecto urbanístico que incluía o abate de centenas de árvores num parque emblemático da cidade e que deram origem a uma onda de contestação ao governo de Recep Tayyip Erdogan.

Reunidos no Luxemburgo, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Vinte e Sete decidiram que existem condições para abrir o Capítulo 22 das negociações de adesão, referente às políticas regionais. Avisam, no entanto, que as reuniões só avançam depois de a Comissão Europeia divulgar o relatório anual sobre os progressos feitos por Ancara para o cumprimento das leis e normas comunitárias – previsto para 9 de Outubro.

O Governo turco, a quem a lentidão com que avançam as negociações tem tornado menos entusiasta dos benefícios da adesão, preferiu ignorar a condicionalidade do acordo. “O capítulo 22 está aberto. Esta questão está resolvida”, disse o chefe da diplomacia turca, Ahmet Davutoglu.