Os monges budistas que gostam do luxo

Vida nada austera de três religiosos budistas indigna Tailândia.

A polémica estalou na Tailândia. Num país em que a maioria dos cidadãos professa a religião budista (mais de 90%) e cujos monges juram viver num rigoroso despojamento de bens, ver três dos seus clérigos a viajar num jacto privado, de vistosos óculos de sol, com telemóveis, auriculares e uma mala da marca Louis Vuitton só podia fazer chover críticas.

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A polémica estalou na Tailândia. Num país em que a maioria dos cidadãos professa a religião budista (mais de 90%) e cujos monges juram viver num rigoroso despojamento de bens, ver três dos seus clérigos a viajar num jacto privado, de vistosos óculos de sol, com telemóveis, auriculares e uma mala da marca Louis Vuitton só podia fazer chover críticas.

O vídeo que mostra a luxuosa viagem dos monges foi colocado no YouTube e já teve milhares de visualizações. Um dos três monges, que já terão sido admoestados, segundo relata o jornal El País, explicou que o avião foi alugado por um devoto budista para que os religiosos se deslocassem para a sua localidade, Si Sa Ket, desde Banguecoque, onde tinham estado em funções em Novembro do ano passado.

Segundo Nopparat Benjawattantun, director do Centro Budista da Tailândia, o comportamento dos monges “denota uma ostentação que sem dúvida merece a critica dos fiéis".

O budismo é a religião estatal da Tailândia, em que cerca de 95% da população segue os seus mandamentos. Segundo dados Centro Budista da Tailândia, citados pelo El País, o país conta com cerca de 61 mil monges.

“Para se ser monge deve-se saber viver com o pouco que se tem”, afirma Pra Khru Vinaithorn Teerawit, do Centro de Protecção do Budismo na Tailândia. Na sua opinião, os religiosos mais jovens são alvo frequente pelas suas acções de maus costumes.

Nos últimos tempos, segundo o El País, têm surgido alguns pequenos escândalos que envolvem monges budistas em casos de consumo de droga e álcool, ou até jogo e prostituição.

Quanto ao polémico vídeo, Pra Khru Vinaithorn Teerawit acrescenta que as críticas da opinião pública devem ter em conta se a viagem foi promovida pelos monges ou por terceiros. “Se a decisão foi deles não é aceitável”, acrescenta.