"Os portugueses estão muito unidos contra o Governo", diz João Semedo

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João Semedo diz que o discurso do chefe de Estado não tem "qualquer consequência" Daniel Rocha

Em declarações aos jornalistas, na Feira do Livro de Lisboa, João Semedo apontou as palavras de Cavaco Silva, hoje, em Elvas, como "um apelo à resignação", mas "um apelo contra a vontade do povo português".

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Em declarações aos jornalistas, na Feira do Livro de Lisboa, João Semedo apontou as palavras de Cavaco Silva, hoje, em Elvas, como "um apelo à resignação", mas "um apelo contra a vontade do povo português".

"O Presidente da República fala da unidade de todos os portugueses. Bom, mas hoje os portugueses estão muito unidos: muito unidos contra o Governo que ele mantém, muito unidos contra o memorando que ele defende, muito unidos contra a 'troika' que ele continua a desejar que esteja no país", alegou.

Segundo o dirigente do Bloco de Esquerda, o discurso do chefe de Estado não tem, por isso, "qualquer consequência" nem "sentido de actualidade".

"O Presidente da República é hoje o único português que sustenta e apoia politicamente este Governo. Portanto, são palavras e, como se costuma dizer, palavras leva-as o vento", acrescentou.

De acordo com João Semedo, "tem havido muitíssimas formas de o povo português exprimir o seu amplo consenso contra esta política e contra este Governo" e, se o Presidente da República tivesse consequência nas suas palavras, já teria demitido este Governo".

Hoje, em Elvas, no âmbito das comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, 10 de Junho, Cavaco Silva defendeu que esta não é altura de "vacilar" e que "ninguém está dispensado" de ajudar Portugal no actual momento, referindo que, "nas horas decisivas, os portugueses souberam unir-se para defender os grandes desígnios nacionais".