Erdogan regressa à Turquia após mais uma noite de confrontos em Ancara

Situação foi mais calma em Istambul, mas milhares de manifestantes continuam a encher a Praça Taksim.

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A capital viveu mais uma noite de violência MARCO LONGARI/AFP

Recep Tayyip Erdogan conclui uma visita ao Norte de África, que manteve apesar da onda de violentos protestos que varre o país há seis dias e que já fez dois mortos e mais de 4000 feridos em várias cidades.

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Recep Tayyip Erdogan conclui uma visita ao Norte de África, que manteve apesar da onda de violentos protestos que varre o país há seis dias e que já fez dois mortos e mais de 4000 feridos em várias cidades.

Na última noite, para além dos confrontos entre a polícia e manifestantes em Ancara, também a província de Tunceli, no Este, foi palco de protestos, com centenas de manifestantes a erigirem barricadas e a atirarem pedras às forças de segurança, que responderam com canhões de água.

Em contraste, a noite em Istambul foi calma, segundo os relatos das agências de notícias. Apesar disso, milhares de manifestantes continuaram a desafiar as autoridades na Praça Taksim: "Devemos continuar a protestar até sentirmos que conseguimos algo", disse Cetin, um engenheiro de 29 anos, ouvido pela Reuters.

Quando saiu do país para uma visita oficial a Marrocos, à Argélia e à Tunísia, na segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou que os protestos chegariam ao fim numa questão de dias e classificou os manifestantes como saqueadores.

Numa altura em que ainda não se sabe o que dirá Erdogan quando chegar ao país – e depois do acto de contrição do vice-primeiro ministro, Bullent Arinc, que pediu desculpas pela violência policial excessiva –, o partido no Governo pediu aos seus apoiantes que não contribuam para fomentar a contestação. "Ninguém deve ir receber e felicitar o primeiro-ministro nesta situação. O primeiro-ministro não precisa de um sinal de força", disse o vice-presidente do Partido da Justiça e do Desenvolvimento, Huseyin Celik.

A onda de protestos na Turquia começou na semana passada com uma manifestação contra a destruição do Parque Gezi, adjacente à Praça Taksim, para a recriação de um quartel antigo otomano. Esse protesto inicial deu origem a violentos confrontos com a polícia em várias cidades turcas, com os manifestantes a exigirem a demissão do primeiro-ministro e o fim do que consideram ser um processo de repressão e islamização do país seguido pelo Governo.