Rebeldes sírios poderão receber armas da União Europeia a partir de Agosto

Os 27 países da UE não chegaram a um acordo, mas deixaram expirar o prazo do actual embargo de armamento à oposição síria.

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Os combates no terreno prosseguem, enquanto Rússia e Estados Unidos tentam acertar posições para a realização de uma conferência de paz em Junho AFP

Era esse o objectivo da França e do Reino Unido – que não queriam comprometer os esforços diplomáticos em curso com a realização de uma conferência de paz em Junho, em Genebra, por iniciativa dos Estados Unidos e da Rússia, mas ao mesmo tempo tencionavam dar um sinal a Damasco de que a solução tem de ser uma paz negociada.

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Era esse o objectivo da França e do Reino Unido – que não queriam comprometer os esforços diplomáticos em curso com a realização de uma conferência de paz em Junho, em Genebra, por iniciativa dos Estados Unidos e da Rússia, mas ao mesmo tempo tencionavam dar um sinal a Damasco de que a solução tem de ser uma paz negociada.

Assim, na prática, todos os países, incluindo França e Reino Unido, concordaram em não fornecer qualquer tipo de armamento aos rebeldes sírios pelo menos até 1 de Agosto, data em que prevêem rever a sua posição. Ao mesmo tempo, mantêm as sanções financeiras ao regime de Damasco.

“A União Europeia decidiu pôr fim ao embargo de armas para a oposição síria e manter as outras sanções contra o regime sírio”, disse o ministro britânico William Hague. E explicou: “Embora não tenhamos planos imediatos para enviar armas para a Síria, [a decisão] dá-nos flexibilidade para respondermos no futuro, se a situação continuar a agravar-se.”

Esta solução foi possível, explica a Reuters, porque Londres e Paris estavam dispostos a comprometer a viabilização do pacote de sanções contra a Síria e o seu fim seria um embaraço para os 27 e uma vitória para Damasco.

A Oxfam Internacional, uma organização não governamental de ajuda ao desenvolvimento, lamentou a decisão de a UE não prolongar o embargo de armas à Síria. “Os ministros enviaram sinais mistos”, considerou a Oxfam em comunicado. “O que era preciso era uma posição inequívoca dizendo que a UE tudo fará para parar o banho de sangue e impedir uma corrida às armas mortíferas, que poderá ter consequências humanitárias devastadoras.”

Notícia actualizada com reacção da Oxfam às 12h20