Crato diz que ainda “nada é verdade” sobre mobilidade de professores

Ministro da Educação rebate críticas da Fenprof e diz que o tempo é de negociar.

Foto
As negociações sobre a mobilidade de professores arrancam na próxima quinta-feira Cláudia Ribeiro/NFactos

À margem de uma visita a Castelo Branco, o governante reagiu à denúncia feita pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) de que os docentes que ficarem na mobilidade especial vão passar a receber, já em Setembro, entre 33% a 53% menos do ordenado actual.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

À margem de uma visita a Castelo Branco, o governante reagiu à denúncia feita pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof) de que os docentes que ficarem na mobilidade especial vão passar a receber, já em Setembro, entre 33% a 53% menos do ordenado actual.

"Nada é verdade: estamos neste momento a discutir uma proposta de base, que é a proposta geral da função pública, que vamos ver, com os sindicatos de professores, como se pode adaptar ao caso concreto da Educação", referiu Nuno Crato.

Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, considerou "uma vergonha" a proposta de plano de mobilidade especial que o Ministério da Educação e Ciência (MEC) entregou na noite de segunda-feira.

Confrontado com as críticas, o ministro sublinhou que "é muito cedo para falar". "Imaginamos que alguns sindicatos possam não estar de acordo" com aspectos da proposta, pelo que se segue um "processo de negociação", referiu à margem da inauguração, na Escola Superior Agrária do Politécnico de Castelo Branco, de um Centro de Investigação em Zoonoses para tratamentos veterinários, estudos epidemiológicos e para acompanhar animais suspeitos de doença.

Mobilidade para todos
Também o Ministério da Educação e Ciência (MEC) esclareceu hoje que proposta relativa à mobilidade especial para os funcionários públicos, também aplicável aos professores, é extensível a todos os professores dos quadros do ministério, abrangendo os de agrupamento, de escola e de zona pedagógica.

O esclarecimento surge depois de o secretário-geral da Fenprof ter afirmado hoje que a proposta entregue pelo ministério aos sindicatos não contempla, por exemplo, os professores dos Quadros de Zona Pedagógica (QZP).

A proposta começa a ser discutida na quinta-feira, numa reunião que juntará sindicatos de professores e os secretários de Estado João Casanova de Almeida e Hélder Rosalino, responsáveis, respectivamente, pelas pastas da Administração Escolar e da Administração Pública.