“Papel de Vítor Gaspar está esgotado”, diz Bagão Félix

O antigo ministro das Finanças reconhece que actual titular da pasta é competente, mas “errou demasiado”.

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Antigo ministro das Finanças alerta que convergência com efeitos retroactivos é "errado e inconstitucional". Foto: Carlos Lopes

Bagão Félix considera que o actual ministro das Finanças “é um homem bastante íntegro, honesto, trabalhador, competente nas suas matérias mas, às vezes, fora da realidade concreta”. “Acho que errou demasiado e, neste momento, está desgastado”, diz na entrevista conjunta ao Diário Económico e à Antena 1.

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Bagão Félix considera que o actual ministro das Finanças “é um homem bastante íntegro, honesto, trabalhador, competente nas suas matérias mas, às vezes, fora da realidade concreta”. “Acho que errou demasiado e, neste momento, está desgastado”, diz na entrevista conjunta ao Diário Económico e à Antena 1.

O economista reconhece que Vítor Gaspar “tem uma notoriedade e confiança muito forte” junto das autoridades alemãs e dos principais credores. Contudo, destaca, “internamente já não é assim”.

“Os problemas da coligação neste momento não são da coligação, são entre o ministro das Finanças e alguns ministros”, realça, dando como exemplo o ministro dos Negócios Estrangeiro, Paulo Portas, e o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira.

Bagão Félix volta a criticar as medidas que o Governo prepara na área das pensões, por considerar que “está a mexer com a base de qualquer sistema democrático e do Estado de Direito”.

O antigo ministro das Finanças e também da Segurança Social defende a convergência entre o sector público e o sector privado, mas alerta que estendê-la aos actuai pensionistas com carácter retroactivo “é errado e inconstitucional, porque é uma forma indirecta de imposto”.

"O grande factor de restrição na Segurança Social não são as pensões, é o desemprego”, devido aos seus efeitos nas finanças públicas, quer por via do aumento das despesas com o pagamento do subsídio, quer pela perda de receitas, realça.