Nigéria declara estado de emergência em zonas ameaçadas por islamistas

Medida segue-se a intensificação de ataques da seita Boko Haram no Nordeste do país.

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O Presidente Jonathan admitiu que as autoridades não controlam todo o país Pius Utomi Ekpei/AFP

“Estamos a enfrentar uma rebelião e insurreição por grupos terroristas que são uma grande ameaça à nossa unidade nacional”, disse o Presidente numa comunicação televisiva. “Atacaram edifícios do Governo. Assassinaram civis inocentes e responsáveis do Estado. Incendiaram casas, raptaram mulheres e crianças”, enumerou. “Estas acções são uma declaração de guerra.”

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“Estamos a enfrentar uma rebelião e insurreição por grupos terroristas que são uma grande ameaça à nossa unidade nacional”, disse o Presidente numa comunicação televisiva. “Atacaram edifícios do Governo. Assassinaram civis inocentes e responsáveis do Estado. Incendiaram casas, raptaram mulheres e crianças”, enumerou. “Estas acções são uma declaração de guerra.”

Jonathan admitiu que as autoridades não controlam já a totalidade do território do país, ao dizer que houve áreas “tomadas por grupos cuja lealdade é para com diferentes bandeiras e ideologias”. O estado de emergência aplica-se nos estados de Borno, Yobe e Adamawa.

A admissão segue-se a provas crescentes de que o movimento Boko Haram controla partes do Nordeste. Responsáveis de governos locais fugiram em pelo menos dez áreas dessa zona.

No epicentro da actividade dos islamistas, no estado de Borno, uma acção dos rebeldes do Boko Haram numa prisão deixou 55 mortos, na maioria elementos das forças de segurança, e libertou 100 prisioneiros.

Desde 2010 morreram mais de 2 mil pessoas na violência associada à acção do Boko Haram.

Não é a primeira vez que o Presidente da Nigéria toma uma opção destas após um aumento dos ataques de militantes islamistas, nota o correspondente da BBC Will Ross, em Lagos. A questão, acrescenta, é se mais tropas no terreno irão fazer diferença. O jornalista diz que o Exército está a ser prejudicado por alegações de abusos que contribuíram, pelo seu lado, para o aumento de popularidade dos islamistas do Boko Haram.

Para além da violência deste grupo, que luta por um Estado islâmico no Norte, a Nigéria é ainda palco de uma série de conflitos com base em terra, religião e petróleo. Ainda esta semana, uma disputa por terrenos entre pastores e agricultores levou a uma onda de violência que acabou em 53 mortos e 13 aldeias queimadas no estado de Beneue (no Centro).