Jerónimo cita Cunhal diz que “revolução inacabada” conduziu a “brutal crise”

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Jerónimo quer "um Governo capaz de concretizar uma nova política" Foto: Nuno Ferreira Santos

"Na origem da grave situação que hoje o país atravessa e da brutal crise que se ampliou nestes últimos anos está uma revolução inacabada, que não conseguiu libertar-se do domínio monopolista e da submissão ao estrangeiro que esses interesses impuseram, agora mais agravados com o pacto de agressão subscrito por aqueles que conduziram todo o processo de reconstrução monopolista e latifundista", disse Jerónimo de Sousa.

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"Na origem da grave situação que hoje o país atravessa e da brutal crise que se ampliou nestes últimos anos está uma revolução inacabada, que não conseguiu libertar-se do domínio monopolista e da submissão ao estrangeiro que esses interesses impuseram, agora mais agravados com o pacto de agressão subscrito por aqueles que conduziram todo o processo de reconstrução monopolista e latifundista", disse Jerónimo de Sousa.

O líder do PCP apresentou assim a edição do tomo IV das "Obras Escolhidas de Álvaro Cunhal", no Terreiro do Paço, em Lisboa, sublinhando que "a vida mostrou mais uma vez quanto certeiras eram as suas palavras".

"A parte do aparelho de Estado fascista que não for destruída no decurso do processo insurreccional deve ser destruída urgentemente, sem perda de tempo, logo após. Se isso não for feito, não só não poderá ser realizada uma política democrática, como a contra-revolução não tardará", socorreu-se Jerónimo de Sousa de um ensaio de Cunhal, datado de 1967.

Criticando o "empobrecimento generalizado, desemprego maciço, emigração crescente, precariedade, destruição das funções sociais do Estado, submissão ao imperialismo e a amputação do regime democrático", o também deputado do PCP defendeu uma alternativa governamental "patriótica e de esquerda", que tenha como referência o programa do partido apresentado no último congresso.

"Um Governo capaz de concretizar uma nova política", a fim de pôr "termo a quatro décadas de políticas de direita", tal como o da "Revolução Democrática e Nacional", preconizado por Cunhal, que classificou como "o principal construtor" do PCP, "lado a lado com milhares de obreiros".