Merkel diz que não esconde nada do seu passado na RDA

Novo livro com novas alegações sobre papel da actual chanceler em organismos da antiga Alemanha de Leste.

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Angela Merkel com os actores de "A Lenda de Paul e Paula", o seu filme preferido Fabrizio Bensch/AFP

Merkel falou sobre o assunto após uma sessão de A Lenda de Paul e Paula, o filme de culto mais popular da RDA e que será o preferido da chanceler, comentando alegações de um novo livro. “O que é importante para mim é que não escondi nada”, garantiu.

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Merkel falou sobre o assunto após uma sessão de A Lenda de Paul e Paula, o filme de culto mais popular da RDA e que será o preferido da chanceler, comentando alegações de um novo livro. “O que é importante para mim é que não escondi nada”, garantiu.

No novo livro sobre A Primeira Vida de Angela M., dois jornalistas, Günther Lachmann e Ralf Georg Reuth, dizem que Merkel foi secretária de propaganda na organização de juventude do partido. Merkel já tinha admitido ter feito parte da organização, sobretudo por “razões sociais”. Acrescentam que Merkel foi ainda responsável activa num sindicato (organizações que eram aprovadas pelo regime).

A chanceler sempre negou ter tido qualquer responsabilidade propagadística. Desta vez, disse que apenas pode confiar no que diz a sua memória. Confirmou que foi membro quer da Federação Sindical quer de uma sociedade para a amizade RDA-URSS, repetindo que não fez qualquer propaganda, organizando apenas leituras de jovens autores soviéticos, por exemplo.

Antes tinha já afirmado: “Não me lembro de agitar de modo nenhum. Era responsável pela cultura.”

A chanceler é filha de um pastor protestante que mudou a família de Hamburgo para o estado socialista. Diz-se que herdou do pai e do sistema uma forte ética de trabalho.

Quando o muro de Berlim caiu, Merkel tinha 35 anos e trabalhava como cientista num instituto académico em Berlim. Tinha entrado recentemente no crescente movimento pró-democracia.