Culto à Santa Morte mexicana é uma “blasfémia”, diz o Vaticano

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O cardeal, que é próximo do Papa Francisco, falava numa conferência de imprensa na Cidade do México, capital daquele país, à margem de uma conferência que envolve crentes e não-crentes sobre “laicidade e transcendência”, segundo o jornal mexicano El Universal.

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O cardeal, que é próximo do Papa Francisco, falava numa conferência de imprensa na Cidade do México, capital daquele país, à margem de uma conferência que envolve crentes e não-crentes sobre “laicidade e transcendência”, segundo o jornal mexicano El Universal.

“A criminalidade organizada não é cultura, é anti-cultura. Anula todos os grandes valores das relações sociais, humanas e pessoais”, afirmou Gianfranco Ravasi, que se mostrou contra a promoção deste culto, que está a crescer rapidamente.

Crê-se que a veneração da Santa Morte esteja ligada a cartéis de droga, onde tem uma popularidade muito grande. Giancarlo Ravasi acusou os “criminosos” de promover a religião nas zonas onde a violência é uma prática comum.

“A religião celebra a vida, mas aqui vocês têm morte”, disse o cardeal, considerando que aquela prática é “anti-religiosa”. “Não se torna uma religião só porque está vestida como uma; é uma blasfémia contra a religião”, acrescentou, citado pela BBC.

Gianfranco acredita que se deve deixar bem claro às gerações mais jovens que “a máfia, o narcotráfico e a criminalidade organizada não são formas religiosas nem têm [nada a ver com a] religião, ainda que se use a Santa Morte”.

Segundo a BBC, ainda não há indicadores que digam quantas pessoas veneram esta Santa, mas alguns académicos que estudam o fenómeno apontam para um aumento do número de figuras da Santa Morte no México e nos Estados Unidos, onde é popular entre os emigrantes mexicanos.

É comum que os devotos ofereçam presentes à Santa, como tequila, fruta ou até tabaco, na esperança de que os seus desejos sejam cumpridos.