Polícia pode acabar com protesto indígena contra barragem na Amazónia

Tribunal autoriza intervenção contra ocupação do estaleiro das obras da barragem de Belo Monte.

Um tribunal federal autorizou, na noite de quarta-feira, o Consórcio Construtor Belo Monte a requerer a intervenção de forças policiais para retirar os manifestantes. 

Índios de oito etnias diferentes contestam o facto de não terem sido previamente ouvidos sobre os impactos que a barragem irá ter sobre as suas comunidades.

Não é primeira vez que as populações indígenas se manifestam contra a barragem, que irá inundar cerca de 500 quilómetros quadrados – o dobro da dimensão do Alqueva – de terras no rio Xingu, um afluente do Amazonas, no estado brasileiro do Pará.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Um tribunal federal autorizou, na noite de quarta-feira, o Consórcio Construtor Belo Monte a requerer a intervenção de forças policiais para retirar os manifestantes. 

Índios de oito etnias diferentes contestam o facto de não terem sido previamente ouvidos sobre os impactos que a barragem irá ter sobre as suas comunidades.

Não é primeira vez que as populações indígenas se manifestam contra a barragem, que irá inundar cerca de 500 quilómetros quadrados – o dobro da dimensão do Alqueva – de terras no rio Xingu, um afluente do Amazonas, no estado brasileiro do Pará.

Nem todas as etnias vivem em zonas que serão inundadas, mas todas temem que o empreendimento altere radicalmente a sua forma de vida. 

Belo Monte será a terceira maior hidroeléctrica do mundo, depois das barragens das Três Gargantas (China) e Itaipu (Brasil/Paraguai). Terá uma potência instalada de  11.000 megawatts – quase 70 vezes a da barragem do Castelo de Bode, em Portugal.

Contestado durante anos por ambientalistas, comunidades indígenas e até organizações não-governamentais internacionais, o projecto teve luz verde do Governo brasileiro em 2011. 

Desde Junho passado, as obras foram alvo de sete ocupações de protesto.

 

 

 

<_o3a_p>