Moody’s: emissão de dívida é positiva, mas não significa acesso pleno aos mercados

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“A emissão de dívida soberana a 10 anos é uma boa notícia, mas não é surpresa, já que a procura de dívida portuguesa tem ficado imune aos desenvolvimentos na Europa, em especial do resgate caótico de Chipre, e mesmo da situação em Portugal, que está a rever as suas metas para o défice orçamental pela segunda vez desde Setembro”, considera a analista responsável pelo acompanhamento de Portugal, Kristin Lindow.

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“A emissão de dívida soberana a 10 anos é uma boa notícia, mas não é surpresa, já que a procura de dívida portuguesa tem ficado imune aos desenvolvimentos na Europa, em especial do resgate caótico de Chipre, e mesmo da situação em Portugal, que está a rever as suas metas para o défice orçamental pela segunda vez desde Setembro”, considera a analista responsável pelo acompanhamento de Portugal, Kristin Lindow.

No entanto, a Moody’s coloca alguma água na fervura e explica que esta emissão não só não quer dizer que Portugal ainda não regressou em pleno ao financiamento em mercado primário como ainda vê vários riscos provenientes da Europa que podem ser consequências para Portugal.

“Esta operação reflecte a procura dos investidores por elevadas rendibilidades, assim como a sua crescente confiança na determinação da Europa em manter vivo o projecto europeu e a zona euro intacta. Consideramos, no entanto, que a emissão de obrigações a dez anos não significa que Portugal já tem acesso pleno ao mercado”, diz ainda a analista da Moody’s.

Entre os riscos apontados está a falta de crescimento na Europa, para onde vão 70% das exportações portuguesas, e, a nível interno, as dificuldade de Portugal em conseguir um acordo para fazer valer os cortes orçamentais necessários para completar a sétima revisão do Programa de Assistência Económica e Financeira.