Seguro quer que a zona euro assuma uma dimensão económica e política forte

Líder socialista reuniu-se por meia hora com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, esta quinta-feira.

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Esta foi uma das ideias que António José Seguro partilhou com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, num encontro de cerca de meia hora que mantiveram, ao final da manhã desta quinta-feira, à margem das Conferências do Estoril, onde este último era orador.

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Esta foi uma das ideias que António José Seguro partilhou com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, num encontro de cerca de meia hora que mantiveram, ao final da manhã desta quinta-feira, à margem das Conferências do Estoril, onde este último era orador.

No final da reunião, António José Seguro afirmou-se “muito satisfeito” com a possibilidade de haver um Conselho Europeu em Outubro que reunirá os chefes de Governo da zona euro, que “dará à eurozona capacidade para poder ter uma dimensão económica e política que enfrente definitivamente os problemas graves que existem na Europa, a começar pelo fraco desempenho da economia”.

O secretário-geral do PS diz que falou com Van Rompuy sobre “os passos que a Europa deve dar no sentido de vencer a crise”. Defendeu que “Portugal já não depende só de si próprio para ultrapassar esta crise” e que o país necessita de renegociar as condições perante os credores.

Para além do reforço da dimensão económica e política da zona euro, Seguro falou ainda a Rompuy sobre a “necessidade de o Banco Central Europeu poder emitir moeda [através de uma licença bancária especial e temporária], a criação de um fundo de mutualização da parte da dívida dos estados superior a 60%”. Este fundo permitiria que se financiasse essa dívida a taxas de juro mais baixas, estima Seguro e “libertaria recursos para a economia”.

Perante o presidente do Conselho Europeu, o líder socialista defendeu também a possibilidade de Portugal “poder beneficiar de rácios semelhantes à Espanha ou Alemanha, de modo a que o dinheiro que está hoje parado nos bancos possa ser colocado ao serviço da economia”.

Questionado sobre as taxas de juro, Seguro lembrou que “Chipre negociou uma taxa de 2,3% e nossa taxa média é de 4,5%”, pelo que, para o líder socialista, há ainda margem para que Portugal consiga baixar os juros que paga.

Seguro diz que sente que há cada vez mais líderes europeus a pensar como ele, no sentido de se aliviar a austeridade e de dar mais atenção às políticas para o crescimento. “É importante que no Conselho Europeu, que é onde se decide, possam estar também primeiros-ministros que tenham esta sensibilidade e vontade política, assim como propostas concretas.”

Reforçando que a sua “principal causa de combate político” é o desemprego, o secretário-geral do PS voltou a rejeitar a austeridade. “É preciso parar com a política de austeridade. Isso implica parar com cortes a eito. Porque cada vez que se cortam mil milhões de euros na despesa do Estado, isso tem um efeito negativo na economia e aumenta o desemprego. Tem sido essa a história dos últimos dois anos e é essa história que é preciso parar.”

O país precisa de “estabilizar a economia, de criar condições de financiamento para as empresas e de criar condições para que o mercado interno e mercado externo comprem os produtos das nossas empresas”.