Passos quer equilibrar consolidação orçamental com crescimento

Governo apresenta nesta sexta-feira medidas de corte de despesa do Estado.

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Conferência de imprensa de Outubro de 2011, em que Passos Coelho anunciou medidas de austeridade adicionais para 2012 Foto: Pedro Cunha

Passos Coelho falava ao lado do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em São Bento, antes de um almoço conjunto.

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Passos Coelho falava ao lado do presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, em São Bento, antes de um almoço conjunto.

"Portugal seguirá um caminho que procura conciliar o objectivo de consolidação orçamental (...) com a atitude mais pró-activa relativamente ao crescimento e ao emprego", disse o primeiro-ministro, que deverá apresentar amanhã as medidas de corte de despesa do Estado.

Numa declaração sem direito a perguntas por parte dos jornalistas, Passos Coelho referiu-se ainda à decisão do Banco Central Europeu (BCE) de baixar a taxa de juro.

"A decisão de reduzir a taxa de juro [para um mínimo histórico de 0,50%] e de reforçar as operações não convencionais de política monetária é também um sinal importante, nomeadamente para a correcção da grande fragmentação que temos vindo a constatar dos mercados financeiros na Europa, e de que Portugal tem sido uma vítima maior", afirmou.

O primeiro-ministro deu conta ao presidente do Conselho Europeu da sua preocupação sobre a evolução dos spreads nos países periféricos, como Portugal, que "não reflecte nem a melhoria das condições de financiamento do Estado nem a viabilidade económica das próprias empresas". Assim, concluiu: "No mecanismo de transmissão da política monetária, algo precisa ainda de ser feito para que a liquidez chegue às empresas e à economia".

Herman Van Rompuy, por seu turno, elogiou os esforços feitos pelos portugueses para ultrapassar a crise e defendeu a necessidade "urgente" de medidas para o crescimento e de combate ao desemprego não só para Portugal mas também para outros países com desemprego elevado".

O responsável destacou a "forte credibilidade" alcançada por Portugal e considerou que os investidores estão "gradualmente" a regressar. Mas reconheceu que isso ainda não se reflectiu no emprego e disse estar consciente no efeito de pobreza causado pela austeridade.