Incidentes encerraram protestos em Paris contra casamento gay

Opositores da nova lei, aprovada terça-feira, só dispersaram por volta da 1h. Fúria dos manifestantes também se virou contra os repórteres.

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Um comissário da polícia foi atingido com uma pedra na cabeça. A fúria dos manifestantes também se virou contra jornalistas, insultados e acusados de serem “colaboradores”. Alguns repórteres foram, segundo o diário Le Monde, atirados ao chão.

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Um comissário da polícia foi atingido com uma pedra na cabeça. A fúria dos manifestantes também se virou contra jornalistas, insultados e acusados de serem “colaboradores”. Alguns repórteres foram, segundo o diário Le Monde, atirados ao chão.

Os opositores da nova lei só dispersaram totalmente por volta da 1h desta quarta-feira, noticiou o jornal, que informa terem sido feitas pelo menos 12 detenções.

Em Lyon, uma quinzena de opositores do casamento gay foram também interpelados, após incidentes com a polícia.

Mas a noite ficou também marcada por concentrações de alegria dos defensores da nova lei.  Junto ao município de Paris, personalidades políticas de esquerda desfilaram aos gritos de “Obrigado, obrigado, obrigado”, entoados por jovens manifestantes.

Em Crest, pequena cidade do sudeste, 70 pessoas beijaram-se junto à câmara municipal, cujo presidente se opôs à lei, no Parlamento.

Luta prossegue no Tribunal Constitucional
O Parlamento francês aprovou na terça-feira o casamento entre pessoas do mesmo sexo por 331 votos a favor (mais do que a maioria necessária de 270) e 225 contra. Os primeiros casamentos devem realizar-se em Junho.

Mal o presidente do Parlamento, Claude Bartolone, anunciou os resultados, a maior parte dos deputados levantou-se e gritou "Igualdade".

Minutos antes da votação, e quando a última oradora da sessão falava, houve uma tentativa de manifestação por parte do público que assistia, mas Bartolone exigiu calma: "Aqui só tem lugar quem ama a liberdade".

“Sabemos que não tirámos nada a ninguém. Pelo contrário, reconhecemos os direitos dos nossos concidadãos e abrimos os direitos a todos os casais", disse a ministra da Justiça, Christiane Taubira, que foi a primeira a dirigir-se ao Parlamento depois da votação. "O texto que votaram hoje é sem dúvida alguma um texto generoso".

O Presidente francês, François Hollande, esperava que a aprovação da lei encerrasse meses de radicalização social, com os grupos contra o casamento gay a organziarem giganetscas manifestações em toda a França mas sobretudo em Paris. Porém, à porta do Parlamento decorre neste final de tarde uma manifestação contra a lei e mil polícias tinham sido mobilizados para o local.

A oposição conservadora da União para um Movimento Popular, de Jean-François Copé, anunciou que vai pedir ao Tribunal Constitucional que declare a lei inconstitucional.

O projecto de lei aprovado em França, que é o 14.º país do mundo a legalizar o casamento gay, é muito abrangente e dá aos casais do mesmo sexo o direito de adoptar. Permite também que pessoas oriundas de outros países se casem ali.