Ministério Público arquiva inquéritos a pedofilia na Igreja

Casos denunciados em declarações ao PÚBLICO já prescreveram.

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Rui Gaudêncio

“Sei que há casos de pedofilia, só na diocese de Lisboa conheço cinco”, disse, na altura, ao PÚBLICO, Catalina Pestana, depois de afirmar não estar surpreendida com a detenção de um padre, no Fundão, suspeito de abuso sexual de crianças.

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“Sei que há casos de pedofilia, só na diocese de Lisboa conheço cinco”, disse, na altura, ao PÚBLICO, Catalina Pestana, depois de afirmar não estar surpreendida com a detenção de um padre, no Fundão, suspeito de abuso sexual de crianças.

Os inquéritos, cujo encerramento a Procuradoria-Geral da República (PGR) anunciou nesta segunda-feira, versavam sobre “crimes contra a liberdade e autodeterminação sexual, parte deles visando menores”.

Segundo a PGR, alguns desses factos remontavam à década de 90, estando em causa, na altura, “ilícitos criminais” de natureza semi-pública “sem que tenha sido exercido o direito de queixa pelo respectivo titular ou pelo seu representante legal” pelo que ficou em causa “a falta de legitimidade do Ministério Público para o exercício da acção penal”.

A PGR — que sublinha que as normas relativas à prescrição de processos e o facto de as alegadas vítimas não terem sido identificadas impedem o procedimento criminal — admite, porém, que foram recolhidos indícios da prática do crime de pornografia de menores.

Um quarto inquérito aberto no DCIAP a propósito de abuso sexual de incapazes e de pessoa internada na Ordem Hospitaleira de São João de Deus, continua a decorrer. A investigação deste caso versa ainda sobre crimes patrimoniais e de natureza fiscal.