Carlos Silva: “A UGT só representa os trabalhadores”

No primeiro discurso enquanto secretário-geral, Carlos Silva deixou claro que o superior interesse nacional é estar “sempre” ao lado dos trabalhadores.

Fotogaleria

 “A UGT deverá estar sempre, sempre, sempre do lado dos trabalhadores – esse deve ser para nós, sindicalistas, o superior interesse nacional”, afirmou o até agora presidente do Sindicato dos Bancários do Centro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

 “A UGT deverá estar sempre, sempre, sempre do lado dos trabalhadores – esse deve ser para nós, sindicalistas, o superior interesse nacional”, afirmou o até agora presidente do Sindicato dos Bancários do Centro.

E deixou bem claro qual deve ser o posicionamento da UGT perante novas medidas de austeridade: “Se tivermos de decidir entre a defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores e os credores que nos emprestam dinheiro, a UGT não pode vacilar”.

Carlos Silva
criticou a postura do Governo que tem recusado desvendar as medidas que está a negociar com a troika para compensar o buraco de 1300 milhões de euros deixado em aberto pelo acórdão do Tribunal Constitucional. A que acrescentou a “postura inaceitável” na concertação social.

Ainda assim, o secretário-geral que sucede a João Proença, mostrou “total disponibilidade para o diálogo e para a concertação social”. Mas deixou também um aviso: “Mas não o faremos a qualquer preço”.

O novo rosto da UGT disse contudo que a negociação deve ter duas referências e as medidas não podem por em causa o Estado Social, nem permitir o recurso a despedimentos na Administração Pública. “Estas são normalmente as medidas prioritárias quando se trata de cortar na despesa do Estado”, realçou.

Carlos Silva tentou ainda dar resposta às críticas a que João Proença foi sujeito durante o congresso, com vários sectores a acusar o líder cessante de ter esquecido as manifestações e a participação dos trabalhadores. O novo responsável da central sindical garantiu que está disponível para acompanhar os sindicatos nas visitas às empresas e no apoio aos trabalhadores. E no dia 25 de Abril "lá estarei junto dos trabalhadores e junto do povo", no desfile da Avenida da Liberdade, em Lisboa,


Num discurso aplaudido de pé pelos mais de 750 delegados que reuniram no Pavilhão Desportivo Casal Vistoso, em Lisboa, Carlos Silva falou para os desempregados, para os jovens que deixam o país à procura de emprego e por diversas vezes aludiu ao 25 de Abril.

Na plateia estavam também David Justino, em representação do Presidente da República, o ministro da Solidariedade e da Segurança Social, Pedro Mota Soares, e o secretário-geral do PS, António José Seguro, além de deputados dos vários partidos e representantes das confederações patronais e da CGTP.