Históricos do BE em Viana não se recandidatam por diferendo com a direcção nacional

Chumbada a coligação do Bloco com o PS, em caminha, orgãos regionais estão "em serviços mínimos".

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Luís louro acusou a direcção nacional de ter chumbado coligação local por mero "tacticismo eleitoral" Mário Augusto Carneiro

 

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O prazo limite para apresentação de listas para estas eleições é 3 de Maio. “Eu não serei candidato”, disse hoje à Lusa o actual coordenador, Luís Louro, que também já encabeçou várias eleições, autárquicas e legislativas, no distrito de Viana do Castelo. Esta indisponibilidade já foi publicamente corroborada por outros responsáveis locais e regionais do partido, tendo como base o “chumbo” à coligação autárquica com o PS em Caminha.

Os órgãos nacionais do BE rejeitaram um acordo que tinha sido aprovado nos órgãos locais e regionais do partido. “A realidade local tinha de ser percebida [pela Nacional] e não podia ser deitada abaixo por mero tacticismo eleitoral”, acusou, este mês, o coordenador distrital do BE, Luís Louro.

O acordo eleitoral autárquico com o PS – que durante a fase negocial dos últimos meses ainda envolveu elementos do PCP, partido que acabou por não aceitar fazer coligação  –, foi aprovado pelo núcleo de Caminha e pela estrutura coordenadora distrital de Viana do Castelo do BE.

Surgiu “do consenso e desejo locais” de “toda a oposição” à gestão social-democrata na Câmara, mas a direcção nacional do BE não o validou, alegando que, por ser uma coligação entre apenas dois partidos, “contraria a orientação que decorre da Moção aprovada na última Convenção Nacional”. O chumbo foi confirmado em Abril pela Mesa Nacional do partido, após recurso dos dirigentes locais e regionais, que não têm o mesmo entendimento.

Também os responsáveis pelo núcleo de Caminha do BE garantiram que, localmente, os eleitos do partido vão cumprir apenas o actual mandato, estando “indisponíveis” para continuar em funções depois das autárquicas, nas quais não vão apresentar ou apoiar qualquer lista.

Quer o núcleo de Caminha, quer a coordenadora distrital dizem-se actualmente “em serviços mínimos” face à “censura” dos órgãos nacionais a um “bom acordo” pré-eleitoral “sobretudo para a população de Caminha”.