Paquistão sofre as piores consequências do sismo com epicentro no Irão

Teerão diz não ter registo de vítimas do abalo, mas do lado paquistanês da fronteira há notícia de dezenas de mortos

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“É o abalo mais forte no Irão desde 1957”, disse à agência Isna o director do Centro de Sismologia do Irão. Segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos, referência na área sismológica, o abalo aconteceu às 15h14 (11h44 em Portugal continental), com epicentro a 200 quilómetros de Zahedan, a capital da província do Balochistão. Segundo a mesma fonte, o sismo teve origem a 82 quilómetros de profundidade, o que ajudará a explicar porque não foram os danos tão grandes como inicialmente se suspeitou.

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“É o abalo mais forte no Irão desde 1957”, disse à agência Isna o director do Centro de Sismologia do Irão. Segundo o Instituto Geológico dos Estados Unidos, referência na área sismológica, o abalo aconteceu às 15h14 (11h44 em Portugal continental), com epicentro a 200 quilómetros de Zahedan, a capital da província do Balochistão. Segundo a mesma fonte, o sismo teve origem a 82 quilómetros de profundidade, o que ajudará a explicar porque não foram os danos tão grandes como inicialmente se suspeitou.

Um responsável governamental, que falou sob condição de anonimato, disse à Reuters que se temia existirem “centenas de mortos” e a televisão estatal chegou a noticiar que 40 pessoas tinham morrido na região, mas a informação foi depois retirada. “O epicentro do sismo situou-se numa zona desértica. As cidades mais próximas, Saravan e Khash, registaram poucos danos”, contou à AFP o director do centro nacional de gestão de crises, Morteza Akbar-Pour.

Daquelas cidades partiram equipas do Crescente Vermelho para avaliar a destruição que o sismo possa ter causado nas dezenas de aldeias situadas próximas do epicentro. O terramoto deixou a região sem electricidade e sem comunicações, o que dificulta a confirmação das informações. Ao final do dia, porém, o governador do Balochistão, Hatam Narouyi, disse à agência Isna que “felizmente o sismo não provocou vítimas mortais”.

Terá sido no vizinho Paquistão que se registaram as piores consequências do sismo. A televisão pública noticiou que perto de um milhar de casas, a maioria construções toscas de adobe, não terão resistido à força do abalo, desmoronando-se sobre os seus habitantes. Um responsável dos serviços de emergência contou que só na cidade de Mashkhel, situada junto à fronteira com o Irão, há confirmação de 34 mortos e mais de 200 feridos. Islambad enviou o Exército para ajudar a população de uma das zonas mais remotas do país.

O sismo foi sentido nas principais cidades do Paquistão, mas também na vizinha Índia. De um lado e do outro da fronteira, centenas de pessoas que estavam nos edifícios mais altos saíram à rua em pânico ao sentirem o abalo. “Estava a trabalhar e a minha secretária começou a abanar”, contou à Reuters um funcionário de uma empresa de seguros instalada num arranha-céus de Deli.

O mesmo cenário repetiu-se nos países do Golfo Pérsico, em particular nas zonas costeiras, onde muita gente procurou refúgio na rua.  

Na semana passada, um outro sismo, com magnitude 6,3 na escala de Richter, matou 37 pessoas e feriu mais de 800 no sudoeste do Irão. O terramoto aconteceu na região onde está localizada a única central nuclear iraniana, mas Teerão garantiu que as instalações não sofreram danos.

Situado sobre uma importante falha geológica, o Irão é palco frequente de abalos sísmicos de forte e média intensidade. Em 2003, um terramoto de magnitude 6,6 arrasou a cidade de Bam, no sudeste do país, matando cerca de 25 mil pessoas.