As artes performativas de regresso a Serralves

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Alberto Carneiro: Arte Vida / Vida Arte — Revelações de Energias e Movimentos da Matéria, que o Museu de Serralves inaugura no próximo dia 19, será seguramente uma das exposições do ano, mas não será apenas uma exposição. Uma programação paralela comissariada por Cristina Grande e Pedro Rocha trará as artes performativas de novo a Serralves, num ciclo — a que os programadores deram o nome Matérias Vivas — que parte de um livro da politóloga Jane Bennett, Vibrant Matter: A Political Ecology of Things para interrogar a importância da energia da vida não-orgânica e da emergência de novos “materialismos”. “Acredito que é errado negar vitalidade a corpos, forças e formas não-humanos (...). Acredito que os encontros com a matéria vivente podem moderar as minhas fantasias de dominação humana, acentuar a materialidade comum a tudo quanto existe, revelar uma distribuição mais alargada da capacidade de acção e remodelar o eu e os seus interesses”, lê-se no texto de Bennett que figura em epígrafe no programa do ciclo.

Disposto a explorar uma “relação com os objectos que não seja reduzida ao comum binómio sujeito (humano) / objecto (inanimado)”, o ciclo Matérias Vivas vai da performance à música, cruzando artistas que assumidamente partilham o palco com os objectos e os seus acidentes e que se aventuram a prescindir “da hierarquia institucionalizada entre o humano e o inumano”. Entre eles estarão a dupla Trajal Harrell & Sarah Sze, Mette Ingvarsten, Akio Suzuki, Les Femmes Savantes, Alvin Lucier e o Collectif Nominoë.

O programa inicia-se já no dia 20 com The Untitled Still Life Collection, encontro entre o coreógrafo e performer Trajal Harrell e a escultora Sarah Sze entre a escultura, a instalação e a coreografia. A 12 de Maio, será a vez de outra dupla, Beatriz Cantinho e Ricardo Jacinto, apresentar Eye Height, caixa-de-ressonância para um discurso improvisado em conjunto por bailarinos e músicos. O colectivo de mulheres Les Femmes Savantes (Sabine Ercklentz, Hanna Hartman, Andrea Neumann, Ana-Maria Rodriguez e Ute Wassermann) chega a 15 de Junho com um “concerto em auscultadores” que intervém directamente na intimidade do ouvinte; no mesmo dia, o músico, inventor e construtor de instrumentos japonês Akio Suzuki regressa a Serralves para guiar uma série de percursos sonoros pelo parque, com a colaboração do português David Maranha.  

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Alberto Carneiro: Arte Vida / Vida Arte — Revelações de Energias e Movimentos da Matéria, que o Museu de Serralves inaugura no próximo dia 19, será seguramente uma das exposições do ano, mas não será apenas uma exposição. Uma programação paralela comissariada por Cristina Grande e Pedro Rocha trará as artes performativas de novo a Serralves, num ciclo — a que os programadores deram o nome Matérias Vivas — que parte de um livro da politóloga Jane Bennett, Vibrant Matter: A Political Ecology of Things para interrogar a importância da energia da vida não-orgânica e da emergência de novos “materialismos”. “Acredito que é errado negar vitalidade a corpos, forças e formas não-humanos (...). Acredito que os encontros com a matéria vivente podem moderar as minhas fantasias de dominação humana, acentuar a materialidade comum a tudo quanto existe, revelar uma distribuição mais alargada da capacidade de acção e remodelar o eu e os seus interesses”, lê-se no texto de Bennett que figura em epígrafe no programa do ciclo.

Disposto a explorar uma “relação com os objectos que não seja reduzida ao comum binómio sujeito (humano) / objecto (inanimado)”, o ciclo Matérias Vivas vai da performance à música, cruzando artistas que assumidamente partilham o palco com os objectos e os seus acidentes e que se aventuram a prescindir “da hierarquia institucionalizada entre o humano e o inumano”. Entre eles estarão a dupla Trajal Harrell & Sarah Sze, Mette Ingvarsten, Akio Suzuki, Les Femmes Savantes, Alvin Lucier e o Collectif Nominoë.

O programa inicia-se já no dia 20 com The Untitled Still Life Collection, encontro entre o coreógrafo e performer Trajal Harrell e a escultora Sarah Sze entre a escultura, a instalação e a coreografia. A 12 de Maio, será a vez de outra dupla, Beatriz Cantinho e Ricardo Jacinto, apresentar Eye Height, caixa-de-ressonância para um discurso improvisado em conjunto por bailarinos e músicos. O colectivo de mulheres Les Femmes Savantes (Sabine Ercklentz, Hanna Hartman, Andrea Neumann, Ana-Maria Rodriguez e Ute Wassermann) chega a 15 de Junho com um “concerto em auscultadores” que intervém directamente na intimidade do ouvinte; no mesmo dia, o músico, inventor e construtor de instrumentos japonês Akio Suzuki regressa a Serralves para guiar uma série de percursos sonoros pelo parque, com a colaboração do português David Maranha.