Barry Cromo, o alter ego de Jim Smith

Jim Smith escolheu o pseudónimo Waldo Pancake porque foi "amaldiçoado com o nome mais aborrecido do mundo". Waldo Pancake inventou Barry porque... sim (e porque não?)

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Joana Maltez

Tem um nariz não-cromo, olhos de modo algum cromos, cabelo completamente não-cromo, mãos de cromice zero, orelha totalmente nada croma e capuz não acromalhado. "Eu Não Sou Um Cromo" (que a Bertrand acaba de lançar), é o primeiro de três livros escritos (corrigidos) por Jim Smith, que — cá entre nós que ninguém nos ouve — também não tem nada cromo.

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Tem um nariz não-cromo, olhos de modo algum cromos, cabelo completamente não-cromo, mãos de cromice zero, orelha totalmente nada croma e capuz não acromalhado. "Eu Não Sou Um Cromo" (que a Bertrand acaba de lançar), é o primeiro de três livros escritos (corrigidos) por Jim Smith, que — cá entre nós que ninguém nos ouve — também não tem nada cromo.

Jim Smith escolheu o pseudónimo Waldo Pancake porque foi "amaldiçoado com o nome mais aborrecido do mundo". Waldo Pancake inventou Barry porque... sim (e porque não?). Porque poucas coisas na sua carreira parecem fazer sentido, mas todas fazem.

Barry não diz "fixe", diz "fixoide" (não diz "cool", diz "keel"), tem um colega de escola (Darren Darrenofski) com cara de crocodilo, a sua avó chama-se Harumpadunk, o seu programa preferido de televisão é "O Rapaz-Ratazana do Futuro" e não se importa de ser Barry Cromo porque o seu estilo sempre foi superior a isso. Mas Barry Cromo é só uma parte muito pequena desta mixórdia, uma palermice compulsiva que faz lembrar algumas das páginas da revista Mad.

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Jim "Waldo Pancake" Smith, o ilustrador entenda-se, aquele que nós acreditamos ser de carne e osso, só quer ser levado a sério quando menciona as suas referências: André François, Ronald Searle, Ralph Steadman, Saul Steinberg e Jean-Jacques Sempé, todos cartoonistas daqueles que deixam marcas (ainda que sarcásticas) por onde passam o lápis. Jim foi moldando o estilo deles, adicionando-lhe pedaços da sua própria existência, até chegar ao alter ego, hoje com vida própria.

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O próprio (um deles) apresenta-se como o ilustrador "mais fixoide de todo o mundo". E o mais curioso é que o mundo alimenta-se literalmente através dos seus desenhos, presentes em campanhas de restauração para a Marks & Spencer, assim como nos copos, guardanapos e carteiras de açúcar para a cadeia inglesa Puccino's. "Pegaram em mim três meses depois de terminar os estudos e disseram-me para fazer o que me apetecesse", contou Jim ao site Writers&Artists. E essa é a sua especialidade.

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