Concessionária dos estaleiros do Mondego falha compromissos
O Estado concessionou a reactivação e a reparação naval a empresa em situação financeira debilitada.
A reactivação dos estaleiros teve como única concorrente a Atlanticeagle Shipbuilding, que ficou com a concessão quando a maioria do capital estava nas mãos do grupo Flyfordgest.
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A reactivação dos estaleiros teve como única concorrente a Atlanticeagle Shipbuilding, que ficou com a concessão quando a maioria do capital estava nas mãos do grupo Flyfordgest.
O presidente do conselho de administração dos Portos de Aveiro e Figueira da Foz, José Luís Cacho confirmou ao mesmo jornal que a empresa está em incumprimento com a autoridade portuária e garante estar a acompanhar “a situação da empresa com muita preocupação”. E acrescenta: “O cenário da rescisão do contrato de concessão está sempre em cima da mesa”.
Segundo o Jornal de Negócios, à Procuradoria-Geral da República (PGR) chegou uma denúncia anónima pondo em causa a transparência do grupo que, à data da concessão, controlava a Atlanticeagle Shipbuilding, com uma posição accionista de 52%, e que entretanto reduziu a participação para 10%, alienando capital aos outros dois sócios.
Guilherme Gomes, que controla cerca de 60% do capital da Flyfordgest, então accionista maioritária na Atlanticeagle Shipbuilding, afirmou ao jornal económico sobre o seu envolvimento na reparação naval do Mondego: “Nós tínhamos o papel de financiadores da sociedade, mas, sem disponibilidade financeira, acabámos por falhar”.
Com a redução da posição na Atlanticeagle Shipbuilding, 90% do capital ficou nas mãos dos outros dois sócios, Carlos Costa e Joaquim Peres. Este último confirmou ao Jornal de Negócios que, por causa da situação financeira da empresa, não foram pagos os compromissos assumidos (meio milhão da compra dos equipamentos e a caução).
O Bloco de Esquerda (BE) já pediu ao Governo a divulgação do contrato de concessão assinado entre o Estado e a Atlanticeagle Shipbuilding, assim como os documentos que comprovam as garantias financeiras apresentadas. João Semedo, coordenador do BE, levanta “enormes reservas” sobre o processo, nomeadamente o facto de a empresa ter sido criada um mês após o lançamento do concurso, escreve o mesmo jornal.