Google recusa pagar aos media portugueses

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O Google já chegou a acordo com os media belgas e franceses Emmanuel Dunand/AFP

A notícia foi avançada pela agência Reuters. A reunião decorreu entre o Google e a Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social.

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A notícia foi avançada pela agência Reuters. A reunião decorreu entre o Google e a Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social.

O presidente da confederação, Albérico Fernandes, afirmou ao PÚBLICO que o encontro foi agendado a pedido da multinacional, na sequência de uma conferência intitulada “Motores de Busca – o seu a seu dono”, realizada por esta organização em Janeiro.

Fernandes diz que a conferação não tem “nenhum modelo especial” em vista para um pagamento aos órgãos de comunicação. “O que defendemos é que os conteúdos sejam remunerados”, frisou.

De acordo com o responsável, ficou assente que as duas entidades teriam reuniões “com alguma regularidade” e está em cima da mesa a hipótese de “um workshop”, onde o Google poderia abordar questões “na área comercial, na área do marketing, das audiências, das plataformas para pequenos anúncios”. Albérico Fernandes adiantou ir agora contactar os grupos de media para saber se há interesse.

Contactado pela Reuters, o Google não quis comentar a reunião.A imprensa de vários países já exigiu pagamentos ao Google pelo uso dos conteúdos. Na Bélgica e em França, a empresa chegou a um acordo com os editores de media (no caso francês, foi criado um fundo de 60 milhões de euros para apoiar projectos da imprensa). Na Alemanha, foi aprovada no Parlamento uma lei que alargaria a protecção dada pelos direitos de autor aos excertos mostrados pelos motores de busca, mas o diploma tem ainda de passar pelo Conselho Federal, onde tem muita oposição.

Também o Conselho Europeu de Editores, encabeçado pelo presidente do grupo Impresa, Francisco Pinto Balsemão, tem defendido a remuneração dos órgãos de comunicação social. Balsemão é há muitoum crítico feroz do Google e da forma como este usa os conteúdos da imprensa.